Os 36 magníficos que ganharam só uma vez na F1

Por a 26 Dezembro 2022 13:02

Ganharam apenas uma corrida de F1 na sua carreira. No jogo da batalha naval, é como se tivessem dado um tiro direitinho no porta-aviões. Na vida real da F1, foi o tiro que os retirou do anonimato em que certamente (pelo menos alguns deles…) ficariam caso nunca tivessem ganho nada. São 27 pilotos, se contarmos apenas os da F1, mas se incluirmos os da Indy 500, já são 36. Os 27 (ou 36) magníficos (como preferir). Sabem quem foram? Se calhar, não sabe que sucedeu o mesmo com Olivier Panis ou Jarno Trulli. E, se calhar, já nem se lembra de Heikki Kovalainen. Mas já alguma vez ouviu falar de Ludovico Scarfiotti, Luigi Fagioli, Gunnar Nilsson ou Innes Ireland. Eis a seguir uma boa oportunidade para viajar no tempo e, recordar… ou ficar a saber.

3 - 1 Shot F1 Indy Sweikert IMSC6084

Indy 500

Entre 1950 e 1960, as Indy 500 fizeram parte do calendário do Campeonato do Mundo de F1, o que deu azo à realização de 11 edições. Dessas, apenas por uma vez houve repetição de vencedor: em 1953 e 1954, Billy Vukovich ganhou e estava a caminho do seu terceiro triunfo consecutivo, quando sofreu o seu acidente fatal, na edição de 1955. Por isso, de todas as outras vezes, quem venceu as Indy 500, venceu também a sua primeira e única corrida na F1. Foi assim, portanto, com Johnnie Parsons (1950), Lee Wallard (1951), Troy Ruttman (1952), Bob Sweikert (1955), Pat Flaherty (1956), Sam Hanks (1957), Jimmy Bryan (1958), Rodger Ward (1959) e Jim Rathman. Para estes dez pilotos, nenhuma dessas vitórias foi a única na sua carreira na Indy Car – que nessa altura não se chamava assim, mas sim AAA [as iniciais da principal federação norte-americana] Big Car Championship. Um deles, porém, ficou na História por vários motivos: Bob Sweikert.

Não era nem o mais novo, nem o que mais corridas fez, nem sequer o que mais triunfos obteve na sua carreira. Em 1955, passou incólume nas chamas do acidente fatal de Vukovich para vencer as Indy 500 e, nesse ano, ganhou a Tripla Coroa – sendo o único piloto a conseguir essa proeza, por ter sido vencedor não apenas da prova, mas também dos campeonatos AAA [Big Cars/IndyCar] e Midwest [de Sprint]. No ano seguinte, foi 6º nas Indy 500 e parecia encaminhado para mais um ano glorioso, quando perdeu a vida num acidente em Salem, durante uma prova de Sprint, Tinha 30 anos.

As equipas ‘parceiras’ dos pilotos

Aquilo que aconteceu com pilotos – terem ganho apenas uma prova de F1 na sua carreira – passou-se certamente, pensa você, caro leitor, com as equipas. E pensa muito bem! Foram, claro, menos que os pilotos. Mas, mesmo assim, elas existiram. Após uma rápida pesquisa pelas colunas de estatísticas, chegamos até à Kuzma, Porsche, Eagle, Hesketh, Penske, Shadow, Stewart, BMW Sauber, Toro Rosso, AlphaTauri, Racing Point e Alpine. Ou seja, foram somente doze. E, curiosamente, juntamos aqui a Kuzma, uma equipa norte-americana, cuja única vitória na F1 foi na edição de 1952 das Indy 500, com Troy Ruttman, então com 22 anos e que então se tornou o mais jovem piloto a vencer uma prova de F1 (ou, para os puristas, pontuável para a F1). A última vez que isso sucedeu foi em 2008. Nesse ano, a BMW venceu no Canadá com Robert Kubica (que teve aí também a sua única vitória na F1). Registamos a Toro Rosso e AlphaTauri como duas equipas diferentes, porque a partir da época de 2020, a equipa italiana, que era a herdeira da Minardi, é considerada como uma nova equipa na F1 e não como apenas um novo nome da mesma equipa. Como tal, as vitórias de Sebastian Vettel em 2008 em Monza aos comandos do STR3 da Toro Rosso é a único triunfo reconhecido a esta equipa, assim como a vitória no mesmo circuito italiano de Pierre Gasly pela AlphaTauri é o único triunfo desta equipa na Fórmula 1.

AS EQUIPAS

Kuzma – Indy 500 1952 (Troy Ruttman)

Porsche – GP França 1962 (Dan Gurney)

Eagle – GP Bélgica 1967 (Dan Gurney)

Hesketh – GP Holanda 1975 (James Hunt)

Penske – GP Áustria 1976 (John Watson)

Shadow – GP Áustria 1977 (Alan Jones)

Stewart – GP Alemanha 1999 (Johnny Herbert)

BMW – GP Canadá 2008 (Robert Kubica)

Toro Rosso – GP Itália 2008 (Sebastian Vettel)

AlphaTauri – GP Itália 2020 (Pierre Gasly)

Racing Point – GP Sakhir 2020 (Sergio Pérez)

Alpine – GP Hungria 2021 (Esteban Ocon)

PILOTOS COM 1 VITÓRIA EM GP (*)

Luigi FAGIOLI – GP França 1951

Piero TARUFFI – GP Suíça 1952

Luigi MUSSO – GP Argentina 1956

Jo BONNIER – GP Holanda 1959

Giancarlo BAGHETTI – GP França 1961

Innes IRELAND – GP USA 1961

Lorenzo BANDINI – GP Áustria 1964

Richie GINTHER – GP México 1965

Ludovico SCARFIOTTI – GP Itália 1966

Peter GETHIN – GP Itália 1971

François CÉVERT – GP USA 1971

Jean-Pierre BELTOISE – GP Mónaco 1972

José Carlos PACE – GP Brasil 1975

Jochen MASS – GP Espanha 1975

Vittorio BRAMBILLA – GP Áustria 1975

Gunnar NILSSON – GP Bélgica 1977

Alessandro NANNINI – GP Japão 1989

Jean ALESI – GP Canadá 1995

Olivier PANIS – GP Mónaco 1996

Jarno TRULLI – GP Mónaco 2004

Robert KUBICA – GP Canadá 2008

Heikki KOVALAINEN – GP Hungria 2008

Pastor MALDONADO – GP Espanha 2012

Pierre GASLY – GP Itália 2020

Esteban OCON – GP Hungria 2020

Carlos SAINZ – GP Grã-Bretanha 2022

George RUSSELL – GP São Paulo 2022

(*) Não inclui os vencedores das Indy 500

4 - 1 Shot F1 Team James Hunt (GB) Hesketh-Ford at Nurburgring during the German Grand Prix 1975

Venceu um por duas vezes: Maurice Trintignant

Na História da F1 houve um piloto que apenas venceu um GP – mas fê-lo por duas vezes. Trata-se de Maurice Trintignant (Sainte-Cécile-les-Vignes, Vaucluse, 30 de outubro de 1917./Nîmes, Gard, 13 de fevereiro de 2005) e o GP foi o do Mónaco, em 1955 e 1958.

Irmão mais novo de Louis, que foi piloto oficial da Bugatti e perdeu a vida num acidente durante o Grand Prix de Picardie, em 1933, Maurice foi tio do ator francês Jean-Louis Trintignant. Começou a correr em 1938 e, no seguinte, venceu o seu primeiro GP [Formula Libre, ainda não havia a F1], o Grand Prix des Frontières. Mas veio então a II Guerra Mundial a teve que interromper a carreira, que retomou ainda em 1945, mas o troar dos canhões se calou, na Coupe de la Liberation, ao volante do mesmo Bugatti, que esteve escondido num armazém de feno, durante a guerra.

Conhecido pela alcunha de Le Petoulet (O Exterminador… de Ratos), em 1950 foi convidado pela equipa Gordini para fazer o GP do Mónaco de F1. E na F1 ficou até 1964, sendo, nessa altura, o piloto que mais épocas esteve nesta competição, correndo um total de 82 GP. Entre as muitas equipas em que esteve, encontra-se a Ferrari e a Rob Walker Racing Team, com que venceu por duas vezes o tal único GP – o Mónaco, onde aliás viveu durante muitos anos.

Em 1955, estava ao volante de um Ferrari 625 oficial. A corrida foi dominada pelos dois Mercedes-Benz W196 de Fangio e Moss, que desistiram com uma volta de intervalo, quando estavam no comando, deixando Ascari na frente. Mas o Lancia D50 bateu nos ‘rails’ na zona do porto e caiu ao mar, com o piiloto lá dentro, que permitiu a Trintignant ganhar pela primeira vez.

Da segunda vez, em 1958, estava com um Cooper T45/Climax V8. O primeiro líder da prova foi Jean Behra, mas ficou sem travões e as voltas seguintes viram o duelo entre Mike Hawthorn e Stirling Moss, até ambos abandonarem também. O mesmo foi sucedendo aos pilotos à sua frente, até se encontrar na… frente da prova, batendo os Ferrari oficiais de Luigi Musso e Peter Collins – os únicos na mesma volta e os únicos que, com Jack Brabham, que foi 4º, terminaram a corrida a rolar.

Os Pilotos de Fagioli (1951) a…

1 – Jean ALESI (Avignon, 11 de junho de 1964)

O seu nome de batismo é Giovanni, porque a sua família tinha raízes… sicilianas. Em França, onde nasceu, passou a ser conhecido por Jean. Começou a correr nos… ralis e, antes de tentar os monolugares, passou pelo troféu Renault 5. Depois, foi sempre a ganhar: F3 em França (1987), F3000 (1989). Neste ano chegou à F1, onde se estreou a pontuar [4º, com um Tyrrell, em França]. Ficou com a Tyrrell em 1990, a sua condução vistosa e atrevida depressa ganhou fãs e, quando em 1991 foi chamado pela Ferrari, todos pensaram que este rapaz simpático também depressa iria chegar a Campeão. Puro engano: até 1995, ano em que deixou a Ferrari, apenas venceu um GP – o do Canadá, nesse preciso ano: estava em 2º lugar, atrás de Michael Schumacher, que liderava desde a largada, quando problemas elétricos no Benetton/Renault do alemão o obrigaram a entrar nas boxes, onde perdeu 70 segundos para lhe mudarem o volante completo, recuperando até ao 5º lugar. Depois, até deixar a F1, com uma sentida vénia para o público nipónico, em 2001, após 201 corridas disputadas, nunca mais ganhou nenhum GP.

2 – Giancarlo BAGHETTI (Milano, 25 de dezembro de 1934./27 de novembro de 1995)

Giancarlo Baghetti ficou na História da F1 porque foi o primeiro piloto (sem contar com Nino Farina, que ganhou a primeira prova do Mundial, em 1950) a vencer uma prova de F1 na sua estreia. Baghetti – que tinha começado a correr em carros de Turismo, em 1955, antes de passar para a Fórmula Júnior, três anos mais tarde – foi o escolhido da Federazione Italiana Scuderie Automobilistiche [FISA], que tinha acordado com a Ferrari inscrever um 156 Dino de F2 para correr em GP extra-campeonato, como o piloto desse carro. A sua estreia foi no GP de Siracusa de 1961 e Baghetti, de forma surpreendente, foi 2º nos treinos e ganhou a corrida, façanha que repetiu poucas semanas depois, no GP de Napoli. Então, a FISA comprou um novo Ferrari 156 e inscreveu-o no GP de França – onde, assistindo de ‘camarote’ ao abandono sucessivo dos 156 oficiais [Wolfgang von Trips, Phil Hill (ainda foi 9º) e Richie Ginther], acabou por vencer a prova! No ano seguinte, com um 156 oficial, fez quatro GP (sendo 4º na Holanda e 5º em Itália), mas nunca mais pontuou, nas ocasionais provas de F1 que fez até 1967. Na verdade, Baghetti nunca teve uma carreira séria nos automóveis e um par de acidentes violentos levaram-no ao abandono das competições, em 1968. Tornou-se então jornalista e fotógrafo de automobilismo e de… moda.

3 – Lorenzo BANDINI (Marj, Líbia, 21 de dezembro de 1935./Monte Carlo, 10 de maio de 1967)

Nasceu na Líbia, que era uma colónia italiana, mas a família regressou quando tinha menos de quatro anos e estabeleceu-se em Florença. Ficou sem o pai aos 15 e teve que começar a trabalhar, como ajudante de mecânico, numa oficina em Milão. As suas primeiras corridas forma em motos mas, quando decidiu passar à quatro rodas, em 1957, com um FIAT 1100, teve logo o apoio dos seus patrões, que o patrocinaram durante algum tempo. A sua primeira prova em monolugares foi em 1961 – e, logo nesse ano, desapontado por ter sido escolhido Baghetti e não ele pela FISA, estreou-se na F1, na Bélgica, com um Cooper T53/Maserati da Scuderia Centro Sud. Foi para a Ferrari em 1963 e aí ficou até morrer, vítima das queimaduras sofridas num acidente durante o GP do Mónaco de 1967, na chicane do porto. Entretanto, tinha ganho um GP de F1 – o da Áustria, em 1964, aproveitando bem os abandonos de Graham Hill (BRM) e John Surtees (seu colega de equipa), muito cedo na corrida e depois mantendo à distância o outro BRM, de Ginther, que foi 2º.

4 – Jean-Pierre BELTOISE (Paris, 26 de abril de 1937./Dakar, 5 de janeiro de 2015)

Outro piloto que começou nas motos, antes de passar para os automóveis. A sua carreira quase terminou com um acidente em 1964, durante as 12 Horas de Reims, mas recuperou, embora ficando com mazelas definitivas no braço esquerdo, que não podia dobrar bem. Na F1, mostrou uma coragem enorme, logo desde que começou, ainda com um F2, no GP da Alemanha de 1966. Correu sempre na Matra até 1971 e, a partir daí, na BRM. E foi com um BRM que venceu o GP do Mónaco em 1972, liderando debaixo de uma chuva torrencial e batendo o especialista dessa altura neste tipo de condições, Jacky Ickx. Retirou-se da F1 dois anos mais tarde, mas continuou a correr, em carros de Turismo.

5 – Jo BONNIER (Djurgärden, Suécia, 31 de janeiro de 1930./Le Mans, 11 de junho de 1972)

Rico e “bon vivant”, falava seis línguas e os seus pais queriam que fosse médico. Ele não: não quis saber para anda dos negócios da família, no mundo editorial, apesar de ter sido mandado estudar numa universidade parisiense. Aos 17 anos começou a correr… de moto e, aos 21, foi recambiado para casa, começando aí a fazer ralis com o seu Simca pessoal. Estreou-se na F1 em 1956, em Monza, com um Maserati 250F oficial e no ano seguinte fez a sua própria equipa, que manteve até morrer, em 1972, num acidente durante as 24 Horas de Le Mans. Piloto muito melhor sucedido nas corridas de Endurance e de Sport-Protótipos, na F1 correu ocasionalmente até 1959 e, mesmo depois deste ano, na sua ou em equipas com a Rob Walker, quase sempre raramente fez uma temporada completa. Mesmo assim, entre 1956 e 1971, participou em 104 GP de F1. Venceu um – o GP Holanda 1959, com um BRM da equipa Owen, tornando-se o primeiro sueco a ganhar um GP de F1 e oferecendo ainda a primeira vitória à BRM.

6 – Vittorio BRAMBILLA (Monza, 11 de novembro de 1937./Lesmo, 26 de maio de 2001)Chamavam-lhe o Gorila de Monza, pelo seu aspeto truculento e físico poderoso. Era ao volante tão arruaceiro como na vida – no bom sentido, claro! Afinal, morreu de um ataque cardíaco quando estava a tratar das rosas do jardim de sua casa… – e ficou mais conhecido pelas suas anedotas e pelo seu altruísmo, do que pelo seu virtuosismo ao volante. Mesmo assim, era um piloto empenhado e que nunca baixava os braços. Bom garfo e apreciador das coisas boas da vida, como a bela comida e os magníficos vinhos do seu país, fez 74 corridas de F1 entre 1974 e 1980 e esteve envolvido no acidente mortal de Ronnie Peterson, em que levou com uma roda na cabeça, ficando em coma vários dias. A sua única vitória, à chuva, em Zeltweg, no GP da Áustria de 1975 ficou conhecida não por isso – ter ganho – mas sim por ter destruído o March depois de ter recebido a bandeira de xadrez, ao acelerar a fundo em frente à equipa, pendurada no muro das boxes, perdendo o controlo do carro… A equipa ofereceu-lhe depois a asa destruída do March, que pendurou numa parede da sua casa.

7 – François CÉVERT (Paris, 25 de fevereiro de 1944./Watkins Glen, 6 de outubro de 1973)

De família judaica, galã arrebatador de corações, tinha os que eram considerados os olhos azuis mais bonitos da F1. Ficou tão famoso pelos seus ‘affairs’ amorosos, com o pelo seu talento. Porém, a sua passagem pela F1 – 46 GP, entre 1970 e 1973, sempre na Tyrell – foi, além de breve, subordinada à presença de Jackie Stewart, o líder incontornável da equipa. Fiel escudeiro, Cévert muitas vezes abdicou da sua rapidez natural, para ajudar os objetivos comuns de quem lhe pagava o pão. Por isso, em 13 subidas ao pódio, nove foram ao 2º lugar – pelo que ficou conhecido como ‘Eterno Segundo’ ou, de acordo com o que sucedia então no ciclismo, o ‘Poulidor da F1’. E também por isso, somente venceu um GP, em Watkins Glen, dois anos antes de ali perder a vida, num horrível acidente, que precipitou o abandono das pistas do seu amigo e mentor, Stewart. Nesse GP, o francês tinha os pneus em melhor estado do que os do seu colega de equipa que, à 14ª volta, abriu a trajetória para lhe dar passagem, terminando em 5º lugar.

8 – Luigi FAGIOLI (Osimo, Ancona, 9 de junho de 1898./Monte Carlo, 20 de junho de 1952)

Foi o mais velho piloto a vencer um GP de F1 – tinha 53 anos e 23 dias quando isso sucedeu, no GP de França de 1951. Esse que foi o seu 7º e último GP de F1 disputado na sua carreira – onde foi sempre piloto oficial da Alfa Romeo, consequência de ter sido, nos anos 30, um dos magos das pistas europeias (foi vice-Campeão da Europa em 1935), rival por direito próprio e talento, de ‘monstros’ como Tazio Nuvolari, Rudi Caracciola ou Manfred von Brauchitsch. Foi também o único nesse ano e apenas venceu a corrida porque, depois de Fangio ter desistido, com problemas no magneto do seu Alfa 159, a equipa ordenou-lhe, ao parar nas boxes, que desse o seu lugar ao argentino, que cortou assim a meta na frente. E, como então os carros podiam ser partilhados por mais que um piloto numa corrida de F1, Fagioli juntou o seu nome aos vencedores de um GP de F1. Morreu um ano mais tarde, ao despistar-se com um Lancia de ‘sport’, no Mónaco: nesse ano, o ACM não quis fazer uma corrida de F1 e, no seu lugar, colocou uma de carros de ‘sport’. Foi a única vez em que isso sucedeu. O acidente de Fagioli foi simples e ele parecia nem sequer estar ferido, mas sofreu lesões interiores que ser revelaram fatais.

9 – Innes IRELAND (Mytholmroyd, Yorkshire, 12 de junho de 1930./Reading, Berkshire, 22 de outubro de 1993)

Innes Ireland foi um tipo curioso. Dele, diziam os amigos que viva a vida sem sentido, espalhando admiração e carinho por todo o lado. Tinhas origens escocesas e o pai foi veterinário. Aprendeu o mister de mecânico na Rolls Royce e combateu no Suez, na década de 50. Só se interessou pelas coisas das corridas em 1957 e, dois anos mais tarde, estava já na F1. Foi sempre piloto da Lotus, primeiro da equipa oficial, depois de privadas. Fez 50 GP e venceu um – o GP dos Estados Unidos, que encerrou a época de 1961. Largando do 8º lugar da grelha, à 10ª volta era já 4º – e, depois, foi assistir ao abandono sucessivo dos homens à sua frente (Moss, Hill e Salvadori). A cinco voltas do fim, encontrou-se na frente e venceu.

10 – Peter GETHIN (Ewell, Surrey, 21 de fevereiro de 1940./5 de dezembro de 2011)

Este britânico, que fez apenas 30 GP de F1, começando na McLaren e nunca correndo a tempo inteiro, deixou o seu nome ligado à que foi, durante mais de três décadas, a mais rápida corrida de F1 da História – o GP de Itália de 1971: o recorde (242,615 km/h) durou até 2003, quando Michael Schumacher o quebrou, também em Monza. Além disso, este foi o seu único pódio na F1 e uma das mais curtas diferenças entre o vencedor e o 2º classificado: a separá-lo de Ronnie Peterson, ficaram somente 0,01s. E, já agora, 0,09s de François Cévert (3º) e 0,18s de Mike Hailwood (4º), reflexo de uma luta de cortar a respiração nas últimas voltas da corrida. Gethin estava ao volante de um BRM

11 – Richie GINTHER (Granada Hills, Califórnia, 5 de agosto de 1930./Touzac, Bordeaux, França, 20 de setembro de 1989)

O seu único GP ganho – México em 1965 – foi também o primeiro da Honda na F1. Richie Ginther cresceu na mesma cidade que Phil Hill, que era amigo do seu irmão mais velho e, dos três, foi ele quem primeiro se estreou nas corridas, com 21 anos, em Pebble Beach. Depois, foi trabalhar com o pai na Douglas Aircraft, antes de passar a ajudá-lo na manutenção da sua coleção de carros antigos e vistosos ‘hot rods’. Combateu na Coreia durante dois anos e, então, foi contratado por Phil Hiill como mecânico-acompanhante [‘riding mechanic’], fazendo ambos duas edições da Carrera Panamericana. Chegou à F1 graças a Hill, em 1960, como piloto da Ferrari, onde ficou até 1961. Depois de três temporadas em que brilhou com a BRM (foi 3º no Mundial em 1963), a Honda chamou-o em 1965 e ele agradeceu vencendo a última corrida da temporada, depois de ver ficar pelo caminho os favoritos Jim Clark, Graham Hill e Jackie Stewart e de conseguir manter em respeito o seu compatriota Dan Gurney, nas últimas voltas. Depois disso, fez mais quatro GP até 1967 e deixou as corridas no início da década de 70. Morreu com um ataque cardíaco, quando estava de férias em França com a família.

12 – Heikki KOVALAINEN (Suomussalmi, 19 de outubro de 1981)

Heikki Kovalainen é um bom exemplo de como um talento natural termina numa carreira falhada na F1. Promissor nas fórmulas de promoção, onde foi 2º nas World Series by Nissan (2003) e GP2 (2005), tendo mesmo ganho a primeira competição em 2004, chegou à F1 com a Renault, em 2007, depois de uma época como piloto de testes. No ano seguinte, a McLaren chamou-o para colega de equipa de Lewis Hamilton, na época em que o britânico se sagrou campeão do Mundo. O seu único triunfo na F1 aconteceu neste ano, no GP da Hungria: segundo na grelha, atrás de Hamilton, depressa ficou para trás, suplantado não só pelo seu colega de equipa, mas também por Felipe Massa (Ferrari), que foi o homem da prova, a partir das primeiras paragens nas boxes. A meio da corrida, Hamilton teve um furo e perdeu muito tempo, deixando ‘Kova’ em 2º lugar – que se transformou em vitória quando, a três voltas do fim, Massa ficou parado com problemas de motor. No final o ano, Kovalainen foi dispensado e encontrou refúgio na Lotus – mas a sua carreira na F1 estava condenada, terminando com uma passagem pela neófita Caterham em 2012 e dois GP com a Lotus em 2013: nunca mais pontuou!

13 – Robert KUBICA (Krakow, 7 de dezembro de 1984)

Robert Kubica foi o primeiro piloto polaco a chegar à F1, em 2006, com a BMW Sauber, ocupando lugar deixado vago por Jacques Villeneuve, a meio da temporada. Diamante em bruto e talento inato (começou a correr de ‘kart’ aos quatro anos!), adotou a Itália para ainda durante o seus tempos no ‘karting’. Venceu a primeira edição da Fórmula Renault 3.5 V6 em 2005, com quatro vitórias. Na F1, disputou 76 GP até 2010, teve um acidente espetacular no GP do Canadá de 2007 e vingou-se no ano seguinte, ganhando-o, numa corrida acidentada e que terminou com uma ‘dobradinha’ da BMW Sauber. Versátil, ao mesmo tempo que fazia F1, corria também em ralis – e foi num deles, em Itália, que sofreu o acidente que o afastou da F1, em 2011 – no ano em que era um dos favoritos numa eventual luta pelo título, com a Renault. Depois de uma longa recuperação dedicou-se aos ralis e venceu o WRC2 em 2013.

Regressou à Fórmula 1 pela Williams na época de 2019, tendo como companheiro de equipa George Russell, para alcançar o seu último ponto na competição no GP da Alemanha. Depois dessa época pela equipa britânica, serviu até 2022 como piloto de reserva da Alfa Romeo/Sauber, tendo substituído Kimi Räikkönen nos Países Baixos e Itália em 2021. No final de 2022, deixou no ar a possibilidade de este ter sido o último ano na Fórmula 1.

14 – Pastor MALDONADO (Maracay, 9 de março de 1985)

Fortemente apoiado nos petróleos venezuelanos e amigo do falecido presidente Hugo Chávez, chegou à F1 com a fama de rápido (por vezes em demasia…) e algo propenso a acidentes espetaculares (quase matou um comissário durante uma corrida da FR 3.5 V6 no Mónaco, em 2005 e foi banido ‘ad eternum’ daquela pista, numa decisão que foi depois… suspensa; ele vingou-se ganhando a corrida no ano seguinte! E, também, em 2009, mas na GP2…). Por isso, foi uma surpresa a sua vitória no GP de Espanha em 2012, em que resistiu sem errar à pressão de Fernando Alonso e Kimi Raikkonen durante a parte final da prova. Na F1, depois da Williams, onde esteve entre 2011 e 2013, chegou à Lotus, em 2014, terminando a carreira nesta competição em 2015, com 95 Grandes Prémios. Antes, tinha sido campeão da GP2 em 2010.

15 – Jochen MASS (Dorfen, Bavaria, 30 de setembro de 1946)

Entre 1973 e 1982, participou em 105 GP de F1, tendo ganho apenas um – o Espanha, em 1975. A sua vitória ficou ligada ao acidente sofrido por Rolf Stommelen, que se despistou com o Embassy-Hill, quando se soltou a asa traseira, voando para lá dos “rails” e explodindo em chamas, provocando a morte de quatro espectadores. A prova foi interrompida, quando Mass seguia na frente de Jacky Ickx e de Carlos Reutemann, com o McLaren M23. Por isso, a sua vitória valeu apenas por meia… Mass era, acima de tudo, um piloto versátil, que deu nas vistas principalmente nas corridas de Sport, vencendo mesmo as 24 Horas de Le Mans em 1989, ao volante de um Sauber C9/Mercedes. Ainda na F1, ficou ligado ao acidente que provocou a morte de Gilles Villeneuve, quando os dois se desentenderam e o canadiano acabou por acertar na traseira do seu March, o último carro de F1 que pilotou, levantando um voo mortal. Mass foi o primeiro a chegar junto ao corpo de Villeneuve, mas nada havia a fazer…

16 – Luigi MUSSO (Roma, 28 de julho de 1924./Reims, 6 de julho de 1958)

Depois de três GP de F1 com um Maserati A6GCM/250F em 1953 e 1954, Luigi Musso juntou-se à Ferrari em 1955 e daí nunca mais saiu. Na equipa de Maranello, protagonizou o primeiro grande duelo entre titãs, numa época em que correr na F1 era um ofício perigoso e onde, ao mesmo tempo, tinha um romantismo inegável. Musso, de sangue na guelra e latino a 100%, com a coragem sempre à flor da pele, nunca se intimidou perante os seus colegas de equipa, Mike Hawthorn e Peter Collins. Anos mais tarde, a F1 assistiu a algo de parecido, com Didier Pironi e Gilles Vinneuve… e com semelhantes consequências mortíferas. Os três eram inimigos declarados e cada um queria andar mais depressa que o outro, correndo riscos inenarráveis. Foi aliás isso que provocou a morte de Musso, durante o GP de França de 1958, quando era seguido por Hawthorn e não levantou o pé nas folhas húmidas que cobriam uma das curvas mais rápidas da pista. Collins viria a morrer semanas depois e Hawthorn meses mais tarde, num acidente de automóvel, depois de ter deixado a F1. Sobre a única vitória de Musso na F1, aconteceu na Argentina, em 1956, que abria a temporada e partilhando o Ferrari com o herói local, Juan Manuel Fangio.

17 – Alessandro NANNINI (Siena, 7 de julho de 1959)

Alessandro Nannini era um talento natural, que nunca encontrou um carro à sua medida. Por isso somente ganhou uma prova entre as 76 de F1 que disputou, de 1986 a 1990 – e mesmo essa não a venceu na pista. Foi o famigerado GP do Japão de 1989, que ficou marcado pelo infame “encontro imediato” entre Alain Prost e Ayrton Senna, na chicane; Nannini ficou na frente, foi passado por Senna e acabou a corrida em 2º – que se transformou em triunfo, quando o brasileiro foi desclassificado. Piloto eclético, Nannini terminou a sua carreira na F1 em outubro de 1990, quando um acidente de helicóptero lhe decepou o braço direito. Recuperou e ainda fez um brilhante percurso no DTM e nas corridas de Sport-Protótipos. Ficou célebre a fase de Domingos Piedade: “O Sandro conduz melhor só com uma mão que os outros com as duas…”, quando ele dava cartas nas pistas alemãs com um Alfa Romeo. Depois da F1, dedicou-se também ao negócio da família: os cafés Nannini.

18 – Gunnar NILSSON (Helsingborg, 20 de novembro de 1948./20 de outubro de 1978)

Em 11 de setembro de 1978, quando a Suécia ficou órfã daquele que era o seu máximo expoente na F1, Ronnie Peterson, já Gunnar Nilsson, considerado durante muito tempo como o digno herdeiro do calmo gigante loiro, se debatia nas últimas convulsões da doença que o haveria de ceifar, pouco mais de um mês mais tarde, aos 29 anos. Campeão de F3 britânica em 1975, chegou à F1 no ano seguinte, completando as temporadas de 1976 e 1977 com a Lotus, como colega de equipa de Mario Andretti. No seu último ano com a equipa de Colin Chapman, venceu o GP da Bélgica, em Zolder, uma corrida marcada por condições mutantes da pista, que estava molhada no início e foi depois secando. Isso afastou os primeiros líderes, incluindo Andretti e Nilsson perseguiu e bateu Niki lauda na fase final, na que ficou como o seu único triunfo em 32 GP de F1 realizados. No final da temporada, fopi despedido pela Lotus e assinou contrato com Arrows para 1978. Porém, foi nessa altura que lhe foi diagnosticado um tumor testicular, a que não resistiu. Mas, antes do desfecho final, criou a Fundação Gunnar Nilsson, de ajuda a pessoas com cancro. Depois da sua morte, a Suécia deixou de ter pilotos na F1 e o próprio GP não resistiu, nunca mais se realizando.

19 – Carlos PACE (São Paulo, 6 de outubro de 1944./Mairiporã, 18 de março de 1977)

“O Moco”, como era conhecido na sua terra José Carlos Pace, era um personagem carismático, metido consigo mesmo mas simpático. Contemporâneo dos irmãos Fittipaldi, foi durante algum tempo considerado o herdeiro de Emerson. Depois de uma carreira no Brasil, voou para a Europa em 1070, vencendo um campeonato de F3 nesse ano com um Lotus e, em 1971, subiu à F2. Começou na F1 em 1972, com a March e, até morrer num acidente com o pequeno avião que tripulava, em março de 1977, disputou 72 GP. O único que venceu foi – alegria suprema! – no seu país, em 1975. Uma corrida que terminou com Pace, num Brabham, a bater Fittipaldi, num McLaren e que foi uma ‘dobradinha’ carioca, apenas repetida em 1986, então com Nelson Piquet a bater Ayrton Senna.

20 – Olivier PANIS (Oullins, Lyon, 2 de setembro de 1966)

Olivier Panis foi o grande rival de Pedro Lamy quando esteve na F3000, sendo batido na luta pelo título por apenas um ponto [32 contra 31 de Lamy]. Depois disso, o francês subiu à F1 no ano seguinte, 1994, onde permaneceu durante dez anos, disputando um total de 157 GP em equipas como a Ligier, Prost, BAR e Toyota. Deles, somente venceu o GP do Mónaco em 1996, na que foi a última vitória da Ligier na F1. Uma corrida que ficou marcada pela chuva, no início, mas também por inúmeros acidentes e avarias, que forma eliminando o plantel, ao ponto de, quando ela foi terminada, no limite das duas horas regulamentares, apenas quatro carros estavam a rodar, com Panis na frente de David Coulthard e Johnny Herbert, os únicos na mesma volta.

21 – Ludovico SCARFIOTTI (Torino, 18 de outubro de 1933./Berchtesgaden, Alemanha, 8 de junho de 1968)

Piloto versátil, foi campeão de Itália de Rampas em 1962 e, nesse ano e em 1965, foi eleito o melhor piloto do seu país. Correu muito tempo com modelos da Porsche (morreu ao volante de um 910, numa rampa, em Berchtesgaden, no verão de 1968, quando se despistou contra as árvores durante os treinos e foi cuspido do ‘cockpit’), mas foi principalmente piloto de fábrica da Ferrari, com que correu em várias provas de Endurance, vencendo os 1000 Kms de Nürburgring em 1965 e sendo 2º em Daytona e Le Mans, em 1967. E foi também com a Ferrari que fez seis dos dez GP de F1 que disputou, tendo ganho o de Itália em 1966, que ficou marcado pelo horrível acidente de Richie Ginther. Com os favoritos – Clark, Surtees, Brabham – afastados com problemas mecânicos, tal como sucedeu com o líder inicial – Bandini – Scarfiotti viu-se a lutar pelo trunfo com Parkes, Surtees e Hill, conseguindo bater o britânico da Ferrari por quase 6 s.

22 – Piero TARUFFI (Albano Laziale, 12 de outubro de 1906./12 de janeiro de 1988)

Campeão europeu de 500cc com uma Norton, em 1932 e recordista mundial de velocidade em 1937, ao atingir os 279,503 km/h em duas rodas, Piero Taruffi ficou mais conhecido pelas suas façanhas em quatro rodas. Foi ele quem venceu a derradeira edição das Mille Miglia, em 1957, mas fez também a Carrera Panamericana [venceu em 1951 e foi 2º em 1953, atrás de Fangio] e várias outras provas, com carros da Ferrari, Lancia, Maserati e O.S.C.A. Na F1, correu com a Alfa Romeo, Ferrari, Mercedes-Benz, Maserati e Vanwall, nos 18 GP que disputou entre 1950 e 1956. Em 1952, o único em que fez a temporada completa, com a Ferrari, foi 3º no final, atrás de Alberto Ascari (Campeão) e Nino Farina, vencendo o GP da Suíça depois de Nino Farina, que foi o primeiro líder, ter desistido com problemas mecânicos.

23 – Jarno TRULLI (Pescara, 13 de julho de 1974)

Chama-se Jarno porque os seus pais eram fãs do piloto finlandês de motos Jarno Saarinen, que morreu num acidente em Monza, em 1973. Começou a correr em ‘karts’ com menos de dez anos e sagrou-se campeão do Mundo em 1991. Em 1996 foi campeão de F3 na Alemanha e, no ano seguinte, estreou-se na F1, com a Minardi, passando a meio da temporada para a Prost. Na F1, onde esteve até 2011, sem interrupções, fez 252 GP, tendo sido também piloto da Jordan, da Renault, da Toyota (onde esteve entre 2004 e 2009) e da Lotus. Porém, apenas venceu uma prova, o GP do Mónaco, em 2004, que liderou desde a ‘pole position’. Com contrato assinado com a Caterham (que sucedeu à Lotus), foi despedido e substituído, de surpresa, por Vitaly Petrov, abandonando então a F1. Chegou a ter uma equipa na Fórmula E depois de terminada a carreira na F1.

24- Pierre GASLY (Rouen, 7 de fevereiro de 1996)

Deu início à sua carreira na Fórmula 1 através da Toro Rosso em 2017, que na altura utilizava motor da Renault, sendo apontado como uma esperança da Red Bull, que o apoiou nas fórmulas de formação. O piloto francês foi um dos pilotos escolhidos pela estrutura italiana num esquema de rotatividade, tendo competido em cinco rondas nessa época. Ganhou espaço e foi escolhido para piloto principal para a época seguinte, conquistando 29 pontos e terminando no 15º posto da classificação do campeonato. O reconhecimento do bom trabalho do francês foi reconhecido pela cúpula da Red Bull, dando ao piloto um lugar na “equipa principal” da Red Bull Racing ao lado de Max Verstappen em 2019. No entanto, a época correu muito mal a Gasly que regressou à Toro Rosso a meio do ano, sendo substituído por Alexander Albon, que fez o “caminho” inverso ao francês. Uma época terrível e desmoralizante para Pierre Gasly. Sem lugar na equipa onde todos os pilotos da esfera de influência da Red Bull queriam alcançar, Gasly respondeu em 2020 conquistando a primeira vitória da sua carreira no Grande Prémio de Itália, com a equipa a passar a ser denominada por AlphaTauri. Um prémio pela perseverança mostrada durante um período negro no ano anterior. Deu consequência no seu progresso na Fórmula 1 no ano seguinte, alcançando 115 pontos e o nono lugar da classificação com um pódio, no entanto sem qualquer vitória.

Em 2022, e não tendo qualquer oportunidade de progredir dentro da Red Bull no imediato, Pierre Gasly aceitou o convite da Alpine para ser companheiro de equipa de Esteban Ocon na equipa francesa na época de 2023. As duas estruturas negociaram a ida de Gasly para a nova equipa, uma vez que ainda tinha um contrato válido com a Red Bull.

25 –Esteban OCON (Évreux, 17 de setembro de 1996)

A sua oportunidade na Fórmula 1 deu-se em 2016 quando Rio Haryanto da Manor desistiu com a época a decorrer por causa da falta de financiamento dos seus patrocínios. A Mercedes, que apoiou a carreira inicial de Esteban Ocon colocou-o com apenas vinte anos de idade nessa estrutura, tendo-se estreado no GP da Bélgica. Começou em décimo sétimo e terminou em décimo sexto na corrida. O seu melhor resultado foi obtido à chuva no Brasil, onde esteve em posição de marcar pontos durante muito tempo. Nas duas últimas voltas perdeu para Alonso e Bottas e finalmente terminou na décima segunda posição.

Passou então, em 2017, para a equipa cliente da Mercedes, a Force India. Completou duas épocas nesta equipa, onde conseguiu alcançar o oitavo posto no campeonato no ano de estreia. Tendo tido alguns desentendimentos com Sergio Pérez, o seu companheiro de equipa na Force India, Ocon ficou um ano sem competir na Fórmula 1 em 2019, tendo acompanhado a Mercedes como piloto de reserva. Regressou à competição pela mão da Renault e já sem o apoio da Mercedes, fazendo o seu próprio caminho a partir daquela altura. Terminou a época com um pódio e em 2022, depois da equipa passar a designar-se por Alpine, alcançou a sua primeira vitória da carreira na F1 no GP da Hungria. A corrida húngara foi marcada por um acidente na primeira volta que deixou por terra vários pilotos e levou à interrupção da prova. Venceu e contou com uma ajuda preciosa do seu companheiro de equipa Fernando Alonso, numa altura em que a relação era amigável entre ambos. Em 2022 as coisas não foram assim, e depois de alguns problemas de fiabilidade no seu carro, o experiente piloto espanhol anunciou a ida para a Aston Martin em 2023, começando a ligação entre ambos os colegas de equipa a deteriorar-se. Ocon não voltou a vencer nem a subir ao pódio em 2022, mas alcançou o 8º posto no mundial. 

26 – Carlos SAINZ (Madrid, 1 de setembro de 1994)

Outro piloto da esfera de influência da Red Bull, Carlos Sainz entrou na Fórmula 1 através da Toro Rosso em 2015, mas depois de duas época inteiras na equipa italiana e sem perspectivas de subir à Red Bull, a meio da temporada de 2017 mudou-se para a Renault. A aventura nos franceses durou época e meia e para 2019 e 2020 aceitou o desafio da McLaren e alcançou o sexto lugar no campeonato em ambos os anos e ainda dois pódios. Foram as melhores época do piloto espanhol na F1 até então, o que levou a Ferrari a convidá-lo para pilotar os carros italianos. Sainz passou a ocupar um dos lugares mais desejados na Fórmula 1: piloto Ferrari. Na primeira época bateu o seu companheiro de equipa Charles Leclerc, mas sem conseguir lutar por vitórias, apenas conseguiu ajudar a equipa a conquistar o terceiro lugar no campeonato. Com a entrada do novo regulamento técnico, a Ferrari tinha a esperança de poder regressar às vitórias, o que aconteceu. Leclerc começou melhor o ano e venceu logo a abrir a temporada, mas conforme o carro ia mostrando alguns problemas de fiabilidade e o Carlos Sainz conseguia habituar-se ao novo monolugar, a vitória chegou em Silverstone, no GP da Grã-Bretanha. Conquistou ainda nove pódios e 3 pole positions. 

27 – George RUSSELL (Kyng´s Lynn, 15 de fevereiro de 1998

George Russell foi apoiado pela Mercedes na sua entrada na Fórmula 1 e tornou-se piloto principal da Williams – equipa cliente dos germânicos – na temporada de 2019. Numa Williams muito distante do que foi em tempos, Russell conseguiu destacar-se pelas boas performances demonstradas, mas sem carro para alcançar qualquer ponto nas duas épocas primeiras épocas que fez na Williams, mas teve uma oportunidade de brilhar mais, quando em 2020 Lewis Hamilton não pôde estar presente no Grande Prémio de Sakhir. Russell foi chamado a pilotar o carro do multicampeão do mundo e liderou grande parte da corrida, tendo a vitória ao seu alcance. No entanto, um erro da equipa durante uma paragem na box deitou por terra o sonho do jovem piloto. Terminou no nono posto, mas os seus primeiros pontos na F1 vinham com um sabor amargo. Russell sabia que podia ter vencido essa prova. Continuou mais um ano na Williams e atingiu o pódio com a equipa britânica numa corrida que não foi uma corrida, no Grande Prémio da Bélgica. Poucas voltas atrás do Safety car por causa das condições meteorológicas colocaram Russell no segundo lugar do pódio, depois de ter alcançado essa posição na qualificação do dia anterior, marcada também pela muita chuva.

Em 2022 substituiu Valtteri Bottas na Mercedes e, tendo como companheiro de equipa Lewis Hamilton, alcançou o quarto posto do mundial e a sua primeira vitória na F1. Em Interlagos venceu a corrida Sprint de sábado e repetiu a dose no domingo, vencendo o Grande Prémio de São Paulo.

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scuderia-1967
scuderia-1967
6 anos atrás

Olha que engraçado… apagaram o meu comentário de ontem, onde eu apontava o erro de, na entrada sobre o Pastor Maldonado, mencionarem o facto de ele ainda supostamente estar a correr na F1 (revelando assim que se trata de um artigo saído do arquivo), e corrigiram o lapso na peça sem nada dizer!
É este o “jornalismo” que se pratica no Autosport actual, que de comum com o antigo e prestigiado jornal só tem, de facto, o nome. Se é assim que querem manter leitores, estão muito enganados. Adeus, pois

F1 FOR FUN
F1 FOR FUN
1 ano atrás

A toro rosso e a alpha tauri são a mesma equipa, mesma fábrica mesmos donos, só mudaram o nome por interesses comerciais.

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