MEMÓRIA, Duelos para a eternidade: Ayrton Senna X Alain Prost (1988-1993)


O desporto motorizado proporcionou algumas batalhas que ficarão para sempre gravadas na memória dos adeptos. Duelos onde dois homens superaram o limite das máquinas e, acima de tudo, superaram os seus próprios limites… e regressaram para contar. Rivais durante uma corrida, uma época ou a vida inteira, apaixonaram multidões nos ralis, na Fórmula 1 ou no motociclismo. No fundo, acederam à imortalidade pela sua coragem, talento e carisma.  Na maior parte dos casos, o AutoSport estava lá.

Ayrton Senna da Silva e Alain Marie Prost estabeleceram entre si uma dicotomia que só a Psicologia consegue explicar. Não foram apenas os Grandes Prémios de Suzuka ’89 (toque e posterior desclassificação de Senna), ou Suzuka ’90 (o brasileiro atira o McLaren para o Ferrari de Prost e é campeão) ou Silverstone ’93 (Senna tenta aguentar o superior Williams de Prost atrás de si). Senna e Prost eram duas formas de arte: um talento sobrenatural contra uma extraordinária mente calculista.

Isso refletiu-se em toda a carreira em comum. Muitos dizem que a disciplina mental de Prost poderá ter vindo do pai, um hábil fabricante de mobiliário. Senna, por outro lado, foi considerado um prodígio desde muito cedo (F.Ford e F3 inglesa). A eterna oposição entre os dois gerou tanta paixão precisamente porque para milhões de adeptos em todo o mundo (e talvez para eles próprios), Senna e Prost representavam dois ideais de perfeição. E se ambos não tivessem saído de cena prematuramente, a Williams de 1994 e o planeta Fórmula 1 seriam palco do maior tira-teimas do século XX.

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