Maserati 250F (1954/1960): O mais desejado


A Maserati, fundada pelos irmãos Alfieri, Bindo, Ettore e Ernesto, envolveu-se no desporto motorizado em 1926. A sua sede era em Bolonha e, desde o início, enfrentou a Bugatti e a Alfa Romeo pela supremacia naquele desporto. Com o advento das marcas germânicas na máxima categoria, a partir de 1934, a Maserati voltou-se para as “voiturettes”, monolugares mais pequenos, com motores de 1,5 litros e, também, para a participação em Indianapolis.

Mas, com a venda da empresa a Adolfo Orsi, no final da década de 30, a relação de forças alterou-se – os irmãos mantiveram-se dentro da Maserati até 1947, mas sem grande poder decisório. Depois da entrada em 1939 e 1940, nas 500 Milhas de Indianapolis, com um Maserari 8CTF com motor de 3 litros, em 1949 começou a produção do modelo 4CLT/48. Era um carro potente, mas incapaz de resistir aos Ferrari de 4,5 litros. A classe das “voiturettes” foi substituída pela Fórmula 2, com motores de 2 litros e, em 1950, foi instituído o Campeonato do Mundo de Fórmula 1. Depois dos primeiros anos dominados pela Alfa Romeo e pela Ferrari, a Maserari decidiu-se pela substituição do 4CLT/48 por um novo Fórmula, com o novo motor de 2,5 litros ou, em recurso, com motores turbo de 750cc. Estava-se em 1954 e assistia-se assim ao nascimento do Maserati 250F – sem dúvida o mais desejado de todos os monolugares construídos pela marca do tridente, mesmo hoje, em que participa em inúmeros eventos históricos, o mais recente deles precisamente o Grande Prémio do Porto, na Boavista.

Durante a sua longa carreira – terminou a passagem pela Fórmula 1 em 1960, quando era já obsoleto – o 250F, que tinha um chassis multitubular e, no início, desenvolvia 220 cavalos às 7.400 rpm e nunca venceu um Campeonato do Mundo de Construtores.

Até porque, quando este foi instituído, em 1958, a Fórmula 1 estava a atravessar um período de mudanças drásticas, que favoreciam os pequenos carros com motor traseiro. Contudo, foi com um 250F que Juan Manuel Fangio conquistou o seu último título mundial como piloto, em 1957. O 250F participou em 285 GP, vencendo 8 e, entre os seus pilotos mais emblemáticos, para lá de Fangio há que destacar Stirling Moss, Luigi Musso e Jean Behra.

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