JJ Lehto: Uma jovem esperança


Lembro-me bem dele, em Silverstone, há 18 ou 19 anos, plantado com os sapatos impecáveis na lama de um talude, a olhar para as corridas na pista. Nessa altura, era um “puto” loirinho, de ar imberbe e longo sorriso, cujo carro pessoal era um rutilante Lancia “Deltona” vermelho.

Acompanhei a sua carreira durante a F3000 – e era muito curioso então observar um pequeno grupo de jornalistas que eram declaradamente suas fãs, comandadas por uma “generala” com perto de 120 quilos de peso e um cheiro típico, notado à distância de muitas mesas, nas salas de

imprensa. Depois, ele foi para a F1, em 1989 e apenas aqui e ali voltei a encontrar esse inefável grupo de fãs. Que, por sua vez, assestaram

baterias noutros finlandeses, mais ou menos fabulosos. Mas, afinal, estou aqui a falar de quem? Muito simples: de Jyrki Jarvilehto,

mais conhecido por JJ Lehto – um conselho do seu mentor Keke Rosberg, que acreditava ser comercialmente mais visível. “JJ” começou,

claro está, no karting, aos seis anos, “empurrado” pelo pai. Depois, as suas ambições voltaram-se para os ralis, como bom finlandês voador que se prezava. Contudo, os interesses do seu “sponsor” principal eram as pistas – e ei-lo a dominar a cena da F. Ford e da F3 britânicas, antes de um curto período como “tester” da Ferrari, que o levou a substituir Bertrand Gachot na Moneytron Onyx. Em 1990, acabou-se o dinheiro,

mas Lehto regressou com a Dallara em 1991, subindo ao pódio em Imola. Em 1994, foi colega de equipa de Schumacher. depois de passar pela

Sauber. Um acidente grave, em testes, terminou a sua carreira na F1 em 1995. A sua coroa de glória foi a vitória

em Le Mans, em 1995 e 2005. Em 2007, Lehto surgiu nas 24 Horas de Daytona para se juntar a Colin Braun e Max Papis na Krohn Racing Pontiac-Riley, mas a sua primeira participação no evento não foi um sucesso, pois o carro teve problemas e terminou em 17º lugar.

Em 2008 apareceu no Grande Prémio da Malásia para conduzir na corrida de apoio, a Speedcar, em 2001, juntou-se à televisão finlandesa como comentador de corridas especializado, e continuou a ser um dos pilares das transmissões da Fórmula 1 finlandesa da MTV3.

A 17 de junho de 2010, esteve envolvido num acidente de barco em que ficou ferido e o outro homem morreu no acidente. Lehto tinha estado a beber e estava fortemente intoxicado no momento do acidente. Em 2011, o jornal Ilta-Sanomat revelou que as investigações policiais tinham concluído que ninguém além de Lehto poderia estar a conduzir o barco na altura do acidente. O Tribunal declarou-o culpado de navegação em estado de embriaguez e de homicídio por negligência e condenou-o a dois anos e quatro meses de prisão, mas recorreu e o Tribunal da Relação absolveu-o de todas as acusações relacionadas com o acidente, considerando inconclusivas as provas relativas a quem tinha conduzido o barco.

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