GP Portugal F1: Como está cada uma das equipas

Por a 20 Outubro 2020 19:05

Com a ‘ausência’ da Ferrari das equipas da frente, a Mercedes destaca-se claramente das restantes, Red Bull está em terra de ninguém, mas no meio do pelotão há muita ação e equilíbrio.

Mercedes (1ª classificada, 391 pontos)

A Mercedes continua a dominar claramente a F1. Nove vitórias em onze GP não deixam muita margem para dúvidas sendo que a única corrida que não venceram tratou-se de um aproveitar muito bom de oportunidade por parte da Red Bull, num GP em que os Mercedes tiveram dificuldades com os pneus. Se os predecessores sempre foram bons carros, o W11 mostrou mais uma vez que a Mercedes não se esconde à sombra dos louros, e inova, como se prova pelo sistema DAS. Mesmo que não contássemos com Lewis Hamilton, que já venceu sete vezes este ano, ainda assim Valtteri Bottas está 14 pontos na frente de Max Verstappen, em segundo no campeonato. Sabendo-se da diferença de valia dos pilotos, a diferença está no carro e na equipa. Claramente a Mercedes está bem acima das restantes e como se comprova a diferença não se faz só com Hamilton. A capacidade operacional da equipa e potencial de desenvolvimento são espantosos e por isso vão continuar a ganhar.

Red Bull (2ª classificada, 211 pontos)

A Red Bull esperava ter entrado em 2020 em condições de lutar taco a taco com a Mercedes pelos títulos, mas depressa se percebeu que não ia ter grandes hipóteses. Para piorar tudo, só Max Verstappen está em condições de dar alguma luta aos homens da Mercedes, e por isso no Mundial de Construtores a Red Bull tem 180 pontos de atraso para a equipa de Brackley. Ainda assim, com muito pouca ajuda de Alex Albon a Red Bull está bem destacada das equipas do segundo pelotão. O chassis RB16 não é mau, mas a unidade motriz da Honda ainda está longe da valia da sua congénere de Mercedes, para além de que a fiabilidade ainda não é a esperada. Tudo junto, mais uma ano em que a Red Bull não tem a mínima hipótese de lutar para vencer corridas, ainda que aqui e ali a valia de Verstappen ‘queime’ etapas. Caso chova em algumas corridas, aí sim, a margem atenua-se muito a a pilotagem do holandês vem ao cimo, mas isso está longe de chegar.

Racing Point (3ª classificada, 120 pontos)

A Racing Point é neste momento a terceira classificada no Mundial, isto depois dos seus pilotos tirarem o melhor partido do ‘Mercedes cor-de-rosa’, que tanta polémica já deu este ano, ao ponto da FIA já ter avisado que não vai permitir que outra equipa faça no futuro o que o team de Silverstone fez este ano, uma cópia quase perfeita do Mercedes W10. Nesse contexto, e apesar de ter dois pilotos com graus diferentes de competitividade, tal como se percebe pelo 5º lugar de Sergio Pérez e o 9º de Lance Stroll, a equipa tem sofrido alguns dissabores com o mexicano a ficar de fora dois GP devido a ter contraído o vírus Sars-cov2, e noutra, Stroll adoeceu. Nico Huleknberg sofreu um abandono e foi 7º e 8º, cumpriu, mas com os pilotos efetivos a equipa poderia estar um bocado mais à frente. Seja como for, lidera o 2º pelotão e quer ficar por aí. E o RP20 é a arma perfeita para isso, resta saber se os pilotos, especialmente Stroll, estão à altura.

McLaren (4ª classificada, 116 pontos)

A McLaren está hoje em dia muito longe do nono lugar em que terminou o Mundial de 2017. A recuperação começou logo em 2018, e acentuou-se o ano passado e em 2020, com a equipa para já a afirmar-se como a quarta força do plantel, ainda que as margens que existem entre a 3ª e 5ª classificada seja irrisória. Seis pontos. Curiosamente, as três equipas que luta pelo ‘título’ de ‘melhor dos outros’ já foram uma vez ao pódio, ainda que nos últimos tempos a McLaren tenha vindo a fraquejar, com dois abandonos de Carlos Sainz e um de Lando Norris. Isto atirou-a para o quarto lugar, atrás da Racing Point, sendo que a troca só se deu na última corrida. Seja como for, não é a McLaren que está neste momento na mó de cima nesta luta a três. A Renault está em crescendo, a Racing Point estável e a McLaren em queda. Vamos ver o que nos traz a corrida portuguesa, porque as diferenças são tão pequenas, que qualquer detalhe conta.

Renault (5ª classificada, 114 pontos)

Depois de um ano de 2019 ‘mauzinho’, a Renault tem vindo a crescer a olhos vistos, e o melhor exemplo é o pódio conseguido por Daniel Ricciardo no Nurburgring. Apesar de algumas crises de fiabilidade recentes, a Renault parece ser neste momento a terceira ‘força’ do plantel, e só não está melhor porque Esteban Ocon está a ter um ano abaixo do esperado. É verdade que o francês teve uns contratempos mecânicos, mas o melhor que conseguiu até aqui foi um quinto lugar. Entre os restantes pilotos das três equipas que lutam neste ‘2º pelotão’, só Sergio Pérez, não foi ao pódio.

É, entre as três equipas do meio do pelotão a que apresenta maior disparidade pontual e de prestações entre os seus dois pilotos.

Apesar de não ter começado bem na pré-temporada, a Renault tem respondido bem, com ganhar, quer no chassis, como na unidade motriz.

Portimão parece ser uma pista que se adequa bem às melhores qualidade do Renault, e Daniel Ricciardo um dos pilotos que pode fazer a diferença.

Ferrari (6ª classificada, 80 pontos)

A Ferrari está a ser a grande desilusão de 2020, e se o ano passado a Scuderia já deixou a desejar, o que dizer deste ano, em que o seu piloto melhor classificado no campeonato, Charles Leclerc, é apenas oitavo, a uns espantosos 167 pontos de distância do líder. Com Sebastian Vettel a produzir muito menos que o monegasco, e em 13º do campeonato, a Ferrari é apenas sexta classificada no Mundial de Construtores, tendo somente quatro equipas atrás de si. O segundo lugar de Leclerc na corrida inaugural da competição foi mesmo o melhor que a equipa conseguiu, pois a partir daí, Leclerc ainda foi ao pódio em Silverstone, mas a bitola tem sido fraca. Nas últimas três corridas, depois do duplo abandono de Monza, foi um sexto lugar de Leclerc na Rússia. O problema está identificado, mas não é facilmente resolúvel: O SF1000 foi projetado para uma determinada potência de motor e isso esvaiu-se durante o defeso, quando o carro já estava pronto.

AlphaTauri (7ª classificada, 67 pontos)

A AlphaTauri pode orgulhar de ter vencido uma corrida este ano, em Monza, aproveitando da melhor forma as circunstâncias especiais que tiveram lugar no GP de Itália. A colaboração com a Red Bull estreitou-se ainda mais este ano e isso tem-se visto em pista, com o AT01 a ser, basicamente, um Red Bull de 2019, mas apesar de Pierre Gasly ser décimo no campeonato, estando bem inserido num conjunto de pilotos que lutam pelas posições do meio do pelotão, a verdade é que Daniil Kvyat está a fazer uma época muito pobre e vai quase de certeza perder io seu lugar na equipa, no fim do ano. A espaços, os pilotos da segunda equipa da Red Bull dão luta às melhores do segundo pelotão, mas falta consistência. Apesar do triunfo, e de estar com vontade de voltar a provar o seu valor, Pierre Gasly não está a fazer com consistência por merecer voltar à Red Bull. Resumindo, a equipa está no melhor lugar que em condições normais poderia almejar.

Alfa Romeo (8ª classificada, 5 pontos)

A Alfa Romeo foi 8ª em 2019 e está exatamente na mesma posição este ano, sendo no entanto a melhor, das piores três equipas. Não tem carro para ir muito mais longe, apesar da experiência de Kimi Raikkonen foi Antonio giovinazzi que já foi duas vezes aos pontos, e tem mais um ponto que o seu colega de equipa. É basicamente, essa a diferença que a equipa de Hinwill faz, num ano em que já se percebeu que em termos de andamento nenhum dos pilotos e por inerência a equipa não vão passar do lugar em que estão. Provavelmente, vão manter-se na luta com os Haas e Williams, e nesse particular, tem ficado à frente dessas duas equipas, mas nem sempre, como foi o caso de Nurburgring. Logicamente que este marcar passo da equipa advém também do facto da unidade motriz da Ferrari ter piorado imenso este ano, podendo mesmo ser esse o principal motivo pela qual a equipa não está um pouco mais acima no campeonato.

Haas (9ª classificada, 3 pontos)

Apesar deste ano de 2020 ser de grande importância para a Haas, pouco ou nada melhorou face a 2019. O ano passado somaram 28 pontos, este ano não estão a dar qualquer sinal de ficar, sequer, perto disso, mesmo fazendo a proporcionalidade face ao número de GP. O ano passado a dificuldade passava por fazer funcionar os pneus em corrida, este ano, é um bocado de tudo e a exemplo do que sucede com a Alfa Romeo, o facto da unidade motriz da Ferrari ter piorado imenso, é bem provável que esse seja o motivo principal do descalabro. A equipa só pontuou na Hungria e agora no Nurburgring, num fim de semana anormal em termos de abandonos. Kevin Magnussen e Romain Grosjean, especialmente este último, também não têm estado no seu melhor, sendo que no caso do dinamarquês, o anormal número de abandonos cinco, em 11 corridas, não ajuda nada.

O ano passado ainda houve quintos e sextos lugares na grelha, este ano, o melhor foi mesmo um 13º lugar em Silverstone.

Williams (10ª classificada, 0 pontos)

A Williams é a única equipa do plantel que ainda não pontuou este ano, George Russel e Nicholas Latifi já estiveram muito perto duas vezes, mas não conseguiram. O processo de venda da equipa, à Dorilton Capital, já concluído, está a dotar a Williams de meios que não tinha há dois meses e isso vai refletir-se, mais tarde ou mais cedo. Talvez já não este ano, mas em 2021, seguramente. Para já o melhor que a equipa conseguiu foram três 11º lugares, mas em termos de andamento, não sendo tão mau como já se viu em anos anteriores, só chega para andar na luta com a Haas e Alfa Romeo. E memso assim na maioria dos casos, só através de George Russel, o que é natural, pois Latifi é rookie, e curiosamente nos últimos tempos tem ficado à frente de Russel. Passa o tempo e acumula a experiência. Ainda não será desta que vai chegar à cauda do segundo pelotão, onde está a Alpha Tauri. Está ainda muito longe disso.

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