GP Hungria F1: Esteban Ocon, abençoado pela chuva, vence corrida dramática

Por a 1 Agosto 2021 16:09

Pista molhada, corrida abençoada? Talvez, mas a única certeza que temos é que vimos hoje em Hungaroring uma das corridas mais loucas e emocionantes da época 2021 e dos últimos anos. A chuva que caiu antes do arranque da prova foi o catalisador para uma carambola que mudou por completo a face desta corrida, promovendo a protagonistas quem normalmente têm papéis secundários. Tivemos grandes lutas, jogadas estratégicas e muita “chapa batida” mas no final quem levou a melhor foi Esteban Ocon, da Alpine, que venceu a corrida, seguido de Sebastian Vettel e de um brilhante Lewis Hamilton, com mais uma grande recuperação. 

Ainda os carros não tinham ido para a grelha de partida, a previsão meteorológica apontava para 80% de probabilidade de chuva na hora do arranque da prova, o que poderia complicar as contas para todas as equipas, o que se confirmou pouco depois.

A chuva começou a cair, como previsto e todo o pelotão teve de colocar pneus intermédios para o arranque, menos Antonio Giovinazzi que saiu para a volta de lançamento com médios, numa aposta errada. O italiano entrou para as boxes para trocar de pneus.

Esperava-se muita ação desde o início deste GP da Hungria de F1, mas ninguém esperava ver o drama que foi servido aos fãs, apesar do facto de os pilotos arrancarem para a corrida com pneus que ainda não tinham usado este fim de semana, os intermédios, deixasse no ar a possibilidade de algo podia suceder. A curva 1 foi palco de um verdadeiro caos. Lewis Hamilton arrancou bem e ficou na frente de Max Verstappen, Lando Norris (excelente arranque) passou Sergio Pérez e Valtteri Bottas (mau arranque), mas piloto da Mercedes a não conseguir parar o seu carro na curva 1, atirando o McLaren de Norris para fora de pista, apanhando o Red Bull de Max Verstappen pelo caminho. Bottas fez “strike” ao abalroar o Red Bull de Sergio Pérez. Mais atrás, Lance Stroll também falhou a travagem e abalroou o Ferrari de Charles Leclerc, que apanhou também o McLaren de Daniel Ricciardo. O Safety Car foi chamado a intervir com Bottas, Leclerc, Stroll e Perez fora da corrida. 

Neste momento tínhamos Lewis Hamilton, Esteban Ocon, Sebastian Vettel, Carlos Sainz, Yuki Tsunoda, Nicholas Latifi, Fernando Alonso, George Russell, Kimi Raikkonen e Mick Schumacher no top 10.

Devido aos muitos detritos em pista a corrida foi interrompida com bandeiras vermelhas e os carros entraram para  via das boxes onde poderiam ser reparados. A McLaren levou o carro de Norris para as boxes para tentar trocar o fundo plano do carro que tinha danos demasiados severos para se manter em prova e ser competitivo. Pouco depois, a equipa anunciou que o carro de Norris não era reparável a tempo, confirmando a desistência do carro #4.

Quando os carros regressaram à pista, para mais um arranque estacionário, o sol já brilhava sobre a pista húngara. Todos os pilotos estavam com pneus intermédios, mas a pista já estava seca demais estes pneus. Todos entraram para as boxes para trocar de borrachas, excepto Lewis Hamilton, que largou sozinho enquanto o resto do pelotão largou da via das boxes, já com pneus slicks calçados, numa das cenas mais caricatas dos últimos anos. Hamilton tentou cavar uma distância suficiente para ir às boxes  mas não conseguiu, no que foi um tremendo erro por parte da Mercedes. George Russell poderia ir para a liderança da prova sendo o primeiro na fila que saiu das boxes, mas a FIA pediu-lhe para ceder posições por ter ganho lugares de forma ilegítima. Hamilton foi para as boxes no final da primeira volta do recomeço e caiu para último enquanto Max Verstappen era 12º. Nikita Mazepin também ficou de fora da corrida depois de um toque de Kimi Raikkonen, num claro unsafe release, que foi penalizado com dez segundos. Estávamos na volta sete e tínhamos apenas 14 carros em pista. Nesta fase tínhamos Ocon na frente, seguido de Vettel, Latifi, Tsunoda, Sainz, Alonso, Russell, Raikkonen, Ricciardo e Schumacher. Verstappen era 11º e Hamilton era 14º.

Na volta 10, Hamilton passou Giovinazzi, mas as ultrapassagens eram difíceis, com Verstappen a tentar passar Schumacher, com a pressão de Gasly, logo atrás. Giovinazzi foi penalizado com um Stop & Go de 10 segundos por exceder a velocidade máxima na via da boxes, numa tarde muito preenchida para os comissários. 

Na frente Ocon liderava, perseguido por Vettel, enquanto Latifi segurava o terceiro lugar, com Tsunoda a alguma distância. Hamilton tentava passar Gasly, mas o piloto contratado pela Red Bull segurava o Mercedes e na frente Schumacher continuava aguentar Verstappen até que o neerlandês passou o Haas no braço, na volta 14. Sebastian Vettel, que sabe uma coisa ou duas sobre como vencer na F1, começou a pressionar Ocon, com este duo a mais de 10 segundo do terceiro classificado Latifi. 

Na volta 21, Hamilton aproveitou a jogada da Mercedes e passou Verstappen nas boxes, que entrou nas boxes na volta seguinte mas não conseguiu sair na frente de Ricciardo. Por ter saído na frente de Ricciardo, Hamilton ficou em vantagem pois  Verstappen estava atrás do McLaren em 12º, com muitos danos no seu carro e sem capacidade para passar o seu antigo colega de equipa. 

Pouco depois. Carlos Sainz recusava-se a entrar nas boxes, numa altura em que Russell entrou nas boxes, promovendo Hamilton a nono. Tsunoda também entrou e caiu para sétimo, com Sainz agora em quarto, algo que durou pouco, com Latifi a parar pouco depois, promovendo o espanhol ao terceiro lugar, enquanto Vettel continuava a pressionar Ocon, com o francês a manter a compostura.

As paragens nas boxes iam permitindo a recuperação de Hamilton, que a meio da corrida já era sexto, a atacar Tsunoda, numa ultrapassagem fundamental para a sua estratégia, pois a Ferrari teve de reagir e mandou Sainz para as boxes para trocar de pneus, com Alonso a subir para terceiro. 

A corrida estava quente e Russell teve de suar para passar Schumacher mas conseguiu colocar o seu Williams no nono lugar. O alemão tentou defender-se o melhor que conseguia mas foi caindo, sendo passado por Ricciardo e Verstappen, mas o piloto da Haas mostrou bons pormenores e uma agressividade saudável. 

Na volta 37, Vettel parou para trocar de pneus, numa paragem mais demorada mas sem consequências de maior, com o alemão a manter o segundo lugar. A Alpine respondeu ao undercut  e mandou parar Ocon na volta seguinte para se manter na frente do alemão, com Alonso na liderança de forma provisória, parando duas voltas depois, caindo para quinto lugar. 

Lewis Hamilton, que se tinha comprometido com uma estratégia de duas paragens, voltou a trocar de pneus na volta 48, colocando os médios para 22 voltas de ataque máximo. Hamilton caiu para quinto lugar, atrás de Alonso. Ocon ia aguentando Vettel, mas os retardatários complicaram a vida ao francês, que ainda assim se manteve na frente. Verstappen era ainda 11º atrás de Ricciardo já com uma troca de pneus feita, sem grandes resultados no andamento do #33.

A luta pelo terceiro lugar aquecia também, com Alonso a atacar Sainz, com um duelo espanhol pelo último lugar no pódio, mas Hamilton entrou nesta luta e tentou passar Alonso, com a “ajuda” de Raikkonen que estava a sair das boxes, mas Alonso defendeu-se de forma soberba e não deixou passar o Mercedes, repetindo a mesma defesa na volta seguinte. A dez voltas do fim Hamilton, continuava a tentar passar Alonso, mas o piloto da Alpine mantinha-se irredutível em defender o seu quarto lugar, numa luta espetacular que beneficiava Ocon que não tinha de se preocupar com o ataque do Mercedes. Vettel começava a tentar pressionar Ocon que continuava a fazer uma corrida brilhante. Na volta 61, Verstappen conseguiu finalmente passar Ricciardo, conseguindo uma vaga no top 10.

A luta entre Alonso e Hamilton continuava quente, mas o espanhol dava uma lição de como defender os ataques de um sete vezes campeão do mundo. Na volta 65 Alonso, cometeu um pequeno erro na curva 1 e Hamilton conseguiu passar o Alpine, no final de uma das melhores batalhas do ano. Não foi preciso muito para Hamilton chegar a Sainz e “despachar” o Ferrari, instalando-se no pódio. 

Na frente Ocon aguentou todos os ataques de Vettel até a volta 70, vencendo pela primeira vez na F1, com Vettel a ter de se contentar com o segundo lugar e Hamilton a confirmar um lugar no pódio. Seguiram-se Sainz, Alonso, Gasly, Tsunoda, Latifi, Russell e Verstappen a completar o top 10. 

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no-team
2 anos atrás

Foi um domingo de corrida altamente emocional, o tipo de corrida especial que não se esquece. Com muitos actores principais fora do jogo desde muito cedo, bem podem “agradecer” ao Bottas, mas também ao Stroll, que apesar de ter cometido um erro menos mediático, não deixou de ser uma argolada tão ou mais absurda, igualmente com consequências dramáticas para vários pilotos. Abençoado pela “sorte” que nem sempre tem tido ao longo da carreira, o Ocon limitou-se a ser o homem de gelo ao longo de toda a corrida, com zero erros cometidos sempre sob constante pressão do Vettel, outro que… Ler mais »

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