Fim do ADAC Fórmula 4 prejudica entrada de pilotos alemães na Fórmula 1

Por a 4 Dezembro 2022 15:22

Em maio passado, o CEO da Volkswagen, Herbert Diess, afirmou que gostaria de colocar “pilotos alemães nas nossas duas equipas” na Fórmula 1. Nessa altura ainda não estava oficializada a entrada da Audi através da compra da maioria das ações da Sauber em 2026 e ainda existia a possibilidade da Porsche assumir parte importante da Red Bull numa parceria que não veio a concretizar-se, como sabemos agora.

No entanto, faltam pilotos alemães na Fórmula 1 ou que possam ocupar o lugar em 2026, isto num país com um enorme peso no automobilismo, mas que está também arredado do calendário da disciplina rainha. Sebastian Vettel é uma carta fora do baralho, e Nico Hülkenberg, que substituirá o compatriota Mick Schumacher na Haas para a próxima época, terá 39 anos. Por sua vez, Schumacher poderá ser a única escolha possível nessa altura, mas de facto, está fora da grelha no próximo ano. Na Fórmula 2 e Fórmula 3 as escolhas neste momentos também não são muitas. David Beckmann ou David Schumacher, e este último não conseguiu apoios para uma época inteira, tendo estado a disputar o DTM, foram os únicos pilotos germânicos nos pelotões das categorias juniores e até este momento, não há confirmação da inscrição de um piloto daquele país nas duas competições em 2023.

Para piorar o cenário da falta de pilotos alemães nas competições de monolugares que dão acesso à Fórmula 1, o Allgemeiner Deutscher Automobil-Club (ADAC) confirmou ontem o fim do campeonato local de Fórmula 4 depois de oito temporadas em atividade. Em vez disso, o ADAC vai colocar uma equipa alemã a competir na FFSA Fórmula 4 Academy de França no próximo ano.

O presidente da ADAC Sports, Gerd Ennser, explicou que “temos muitos talentos do automobilismo na Alemanha, mas nos últimos anos a um grande número foi negado a promoção para corridas de monolugares devido aos custos muito altos. É por isso que agora estamos a tomar um novo caminho e a criar uma oportunidade menos difícil para a próxima geração poder entrar nas competições de monolugares com a nova ADAC Formula Junior Team”.

Foi no ADAC Fórmula 4 que Mick Schumacher deu os primeiros passos competitivos depois de deixar o karting, em 2015. Nessa altura, a lista de inscritos era grande, chegando aos 30 carros em pista, mas foi diminuindo até que na última corrida desta temporada apenas 11 monolugares marcaram presença em Nürburgring. As dificuldades em preencher as grelhas são apontadas como causa para o fim deste campeonato, possivelmente pressionado por outros campeonatos nacionais de Fórmula 4 mais atrativos, como o francês, italiano ou até mesmo o espanhol.

FOTO: ADAC Motorsport

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2 Comentários
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Pity
Pity
1 ano atrás

A ausência de pilotos alemães nas fórmulas de promoção e, consequentemente, dificultando a chegada destes à F1, não é um drama. Antes de Michael Schumacher, quantos alemães tinham estado na grelha? E quantos anos esteve a França e a Itália, por exemplo, sem pilotos dessas nacionalidades? São ciclos. Os talentos não surgem por encomenda, nem por nacionalidade.

dannyricfanclub
dannyricfanclub
1 ano atrás

De que se estão a queixar, afinal? Não têm lá esse portento chamado Nico Hulkenberg? Um talento daqueles vale por três ou quatro!

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