F1, Patrick Depailler: Ninguém dava por ele…


Patrick André Eugene Joseph Depailler nasceu em Clermont-Ferrand, a 9 de Agosto de 1944 e morreu, durante testes privados, em Hockenheim, na Alemanha, a 1 de Agosto de 1980. Portanto, há 25 anos. Estava, nessa altura, ao volante do problemático Alfa Romeo 179, com o qual acumulou nesse anos um bom punhado de saídas de pista. Essa última, na hoje desaparecida mas então rapidíssima Curva Oeste da pista germânica, foi-lhe fatal: o carro “encolheu” tanto que os pedais ficaram encostados ao volante! A uma semana de fazer 36 anos, Patrick não teve salvação e morreu no local. O seu “score” na F1 foi de 95 Grandes Prémios disputados, 141 pontos conquistados, duas vitórias (GP Mónaco de 1978, com um Tyrrell e GP Espanha de 1979, com um Ligier) e uma pole position (GP Suécia de 1974, com um Tyrrell – tudo isto, entre 1972 e 1980.

Patrick Depailler nunca pensou, em menino, ser piloto de F1. Oriundo de uma família da classe média alta, em que o pai exercia arquitectura, tinha duas irmãs mais velhas e foi por simples acaso que o bichinho da velocidade entrou na sua vida. Quis o destino que, num belo dia em que nada tinha para fazer, saísse de casa e passasse por um quiosque, onde uma revista de motociclismo lhe chamou a atenção. Nunca tinha lido nenhuma, mas essa devorou-a da primeira à última página. Estava, desta forma, traçada a linha da sua vida. «A partir desse momento, fiquei apanhado!» – confessou ele numa entrevista a Gérard Crombac, anos mais tarde. Começou com a sua Solex, depois uma Mobylette, uma 125cc – todas elas, preparadas por si. Depois, vieram as grandes cilindradas, 350 e 500cc. O dinheiro, conseguia-o pedindo-o descaradamente à sua mãe. Foi só em 1964

que Patrick se estreou nos automóveis, numa operação da Ford de caça- talentos. Só que nessa altura ele estava no Exército, que não lhe deu autorização para correr – a solução foi fugir do quartel, aos fins-de-semana. Os seus superiores só souberam da “rebelião” quando viram o seu nome no jornal L’Equipe: 2º em Charade, em Cognac,

em Limonest, vitória em Monthléry e Chamrousse. No final desse ano, a Ford venceu o carro e deixou-o a pé e Patrick voltou às motos. Por pouco tempo: sucessivamente, subiu toda a escadaria até chegar à F1, encontrado pelo caminho as mãos amigas de Jean-Pierre Beltoise e Ken Tyrrell. Personalidade discreta, educadíssimo, quase não se dava por ele – excepto quando estava por trás de um volante. Aí, era veloz como um raio. A sua alegria de viver causou-lhes vários dissabores e, quiçá, uma carreira melhor sucedida. Ficou a memória.

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