F1: Dores de cabeça e suspiros de alívio

Por a 8 Julho 2020 17:45

Temos apenas uma corrida feita este ano e é ainda muito cedo para fazer qualquer tipo de conclusões mas, olhando para o momento atual, há pilotos que poderão começar a ter dores de cabeça, enquanto outros poderão suspirar de alívio.

A Ferrari começou o ano da pior maneira e apesar do pódio conseguido pelo pequeno milagre de Charles Leclerc, a falta de competitividade foi gritante. Um dos problemas mais claros foi na falta de velocidade de reta, que está ligada à falta de performance do motor Ferrari. Lembrando que os motores estão congelados até ao final da próxima época, parece que a Ferrari terá dificuldades neste capitulo. Assim, Carlos Sainz viu a sua ainda McLaren ter uma performance bem mais interessante do que a Ferrari, e as perspectivas para o futuro a curto prazo não parecem assim tão animadoras. Obviamente que a decisão de trocar Woking por Maranello faz todo o sentido, mesmo depois do que vimos em Red Bull Ring, mas o primeiro ano de Sainz na Scuderia talvez não vá ser tão simples quanto esperado. Do lado da Ferrari há o alívio de ver Leclerc em forma.

Já Daniel Ricciardo, apesar da desilusão da desistência, pode ter motivos para sorrir. A McLaren, apesar dos problemas financeiros que enfrentou recentemente, mostrou-se muito competitiva e mais que isso, superou a Racing Point que era considerada a favorita do meio da tabela para este começo de época. A McLaren parece ter encontrado definitivamente o caminho certo e os frutos do trabalho de Andreas Seidl e James Key começam a fazer-se notar cada vez mais. Assim a troca da Renault pela McLaren poderá fazer sorrir o australiano… para já.

A Renault anunciou hoje a contratação de Fernando Alonso para o lugar de Ricciardo, um jogada de mestre da equipa francesa que vai assim buscar um dos nomes mais sonantes da F1, apesar de já ter saído em 2018. Sebastian Vettel não terá gostado desta novidade pois assim fica com as opções ainda mais limitadas para o seu futuro, caso pretenda permanecer na F1. Mais ainda, o seu carro para 2020 não irá permitir uma despedida em grande e aquele pião traz de volta fantasmas de um passado recente que poderão complicar o possível interesse de outras equipas.

Também Valtteri Bottas terá torcido o nariz à notícia do regresso do espanhol. O chefe do grupo Mercedes disse recentemente que a equipa pretende manter os dois atuais pilotos, mas se George Russell começar a dar nas vistas e Bottas não conseguir subir o nível que mostrou até agora, poderá tornar-se numa situação pouco agradável para o finlandês. Para já a época começa bem, mas já vimos este filme antes. E a Renault era um excelente plano B. Agora Bottas tem de dar tudo por tudo na Mercedes, pois a margem de erro é zero.

Uma dupla que certamente terá dores de cabeça nesta fase precoce é a da Haas. Romain Grosjean e Kevin Magnussen confirmaram que o carro de 2020 não é tão competitivo quanto desejariam e que os problemas do passado, nomeadamente nos travões, continuam. Não é a melhor forma de convencer Gene Haas a manter o investimento na equipa.

Outras dores de cabeça que prometem surgir nos próximos tempos relacionam-se com a fiabilidade. Vimos problemas nos motores Honda, Mercedes e Renault, e do lado dos motores Ferrari vimos fiabilidade mas pouca performance. Também vimos equipas a apresentarem monolugares frágeis demais para a exigência da pista austríaca, com peças a soltarem-se dos chassis e problemas de sobreaquecimento. Do lado da Mercedes vimos o motor de Lance Stroll a engasgar e as caixas de velocidade de Bottas e Lewis Hamilton a darem problemas, que deverão continuar a surgir no futuro. Toto Wolff avisou que a fiabilidade iria ser um fator de peso na decisão do título, como sempre é e esta primeira prova mostrou o porquê.

São apenas as primeiras impressões e sabemos que na F1 tudo muda rapidamente, mas com o calendário tão condensado quanto o deste ano, estas tendência poderão ter repercussões mais severas do que noutros anos em que o espaçamento entre provas dava tempo para melhorar. 2020 promete ser louco.

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chicanalysis
3 anos atrás

“as preservativas para o futuro a curto prazo não parecem assim tão animadoras”
Ao princípio não percebi esta frase, mas depois lembrei-me da miúda que me disse que só alinhava se eu usasse “perspetivo”.

sr-dr-hhister
sr-dr-hhister
3 anos atrás

Os problemas de travões da Haas são bastante estranhos! Como é possível ao fim destes anos todos se manterem!

garantia4
garantia4
3 anos atrás

Estão previstos anúncios no próx. fim de semana.

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