F1, Adrian Newey sobre 2026: “Há mais flexibilidade para inovação do que parece”

Por a 13 Maio 2025 19:30

No meio a uma das transições técnicas mais significativas da história recente da Fórmula 1, Adrian Newey, recém-chegado à Aston Martin, falou com franqueza sobre o futuro da categoria e o papel estratégico que terá ao lado de Andy Cowell, ex-chefe da Mercedes HPP.

Newey destacou o peso do desafio de 2026, quando tanto os regulamentos para o chassis quanto os das unidades motrizes sofrerão alterações profundas.

O engenheiro britânico, que é visto como o principal trunfo da Aston Martin para esta nova era, encara o capítulo que se avizinha com interesse e… cautelas: “É interessante… e um pouco assustador”, confessou o Newey, que trocou a Red Bull pela Aston Martin, onde as expectativas são grandes.

Questionado sobre o reencontro com Andy Cowell, agora como colegas de equipa, Newey não poupou elogios. “Conheço o Andy há muito tempo, desde os meus dias na McLaren, quando ele estava na Mercedes High Performance Engines. Tenho um enorme respeito por ele, e o seu currículo fala por si. Os nossos papéis aqui são algo diferentes. O Andy olha para a empresa como um todo, enquanto eu estou mais concentrado no lado da engenharia. Mas, dito isto, há muita sobreposição: eu passo ideias para ele, e ele faz o mesmo comigo. Há uma sinergia ótima.”

Olhar para 2026: mais liberdade do que parece

Sobre os novos regulamentos técnicos que entram em vigor em 2026, Newey traçou paralelos com a revolução de 2022. “As minhas primeiras impressões foram parecidas com as que tive em 2022: que os regulamentos eram tão prescritivos que não sobrava muito espaço para o engenheiro criar. Mas, ao começar a mergulhar nos detalhes, percebi que há mais flexibilidade para inovação do que parece. Vimos em 2022, com equipas a seguirem caminhos bastante diferentes. Claro, quatro temporadas depois, tudo começou a convergir. Mas, no início, não era o caso. A variação entre carros é fantástica. Fica tudo muito aborrecido quando os monolugares parecem todos iguais e só se distinguem pela pintura.”

Newey vai mais longe ao prever um início de ciclo instável – e empolgante. “Há uma grande probabilidade de vermos algo semelhante em 2026. A flexibilidade está lá, e tenho a certeza de que as equipas vão surgir com soluções muito diferentes. Algumas vão ser abandonadas ao fim de dois ou três anos, à medida que tudo converge.”

Um novo motor… e um novo começo com a Honda

Pela primeira vez em décadas, as mudanças no regulamento de chassis e de motores coincidem – um fator que Newey não minimiza. “É a primeira vez que me lembro de vermos estas duas áreas mudarem ao mesmo tempo. As novas regras aerodinâmicas e as das Unidades Motrizes abrem portas para oportunidades, mas também criam desafios enormes. Acredito que veremos uma variedade de soluções aerodinâmicas, e é possível que haja também variação significativa no desempenho das unidades motrizes, como aconteceu em 2014 com os híbridos.”

Sobre a nova parceria com a Honda, que marca o regresso do fabricante japonês como fornecedor oficial da Aston Martin, Newey demonstrou confiança. “Tenho muita confiança na Honda e um enorme respeito por eles. Já trabalhei com eles antes. Sim, saíram um ano da F1, o que significa que, de certa forma, estão a recuperar terreno. Mas são um grupo de engenheiros brilhante, e uma empresa verdadeiramente orientada para a engenharia.”

Questionado sobre o aspeto do seu primeiro monolugar com a Aston Martin, o engenheiro esboçou um sorriso. “Imagino que será verde!”, disse, bem-humorado, evitando revelar qualquer detalhe técnico.

Entre mudanças radicais e parcerias de peso, o futuro começa agora a ganhar forma – e o nome de Adrian Newey está, mais uma vez, no centro do furacão técnico da categoria.

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2 comentários

  1. Patucho10

    14 Maio, 2025 at 0:26

    Muito bem!
    “As minhas primeiras impressões foram parecidas com as que tive em 2022: que os regulamentos eram tão prescritivos que não sobrava muito espaço para o engenheiro criar. Mas, ao começar a mergulhar nos detalhes, percebi que há mais flexibilidade para inovação do que parece”.
    Bem se a Honda conseguir acertar no motor, lá vem mais um carro dominante criado por o Adrian Newey!

    • Danny Ric Fan Club

      14 Maio, 2025 at 19:13

      Não é tão linear. A Aston Martin parece-me uma equipa muito mal estruturada, com um CEO para quem a noção de organizar uma equipa consiste em atirar montanhas de dinheiro e um director desportivo que é uma nulidade. E, com um pré-reformado e um piloto inamovível cuja carreira lembra um avião que anda pela pista sem nunca descolar, não se pode dizer que esteja muito bem servida de pilotos. O Newey pode fazer um excelente monolugar, mas não sei se a equipa vai ser capaz de o tornar competitivo. (Lembra-se do Leyton House de 1989? Fez uns brilharetes, mas nada mais.)

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