F1: Eric Boullier sob pressão

Por a 18 Maio 2018 15:46

O início abaixo das expectativas da McLaren tem colocado a estrutura sob pressão e os primeiros resultados deste mau estar começam a ser visíveis com a saída de Tim Goss, director técnico da equipa até há poucas semanas. Os rumores começam a surgir que Matt Morris e Peter Prodromou estarão também em vias de sair da equipa. A importância deste trio não deve ser menosprezada pois era sobre eles que recaia toda a responsabilidade da parte técnica da construção do monolugar de Woking, com Morris a ser o chefe do departamento de engenharia e Prodromou o líder do departamento da aerodinâmica.

Com tantas mudanças em vista, perspectiva-se uma nova revolução na estrutura da equipa, depois da remodelação completa, iniciada com Ron Dennis quando regressou ao leme da equipa 2014. Dennis apostou no reforço da estrutura nas mais diversas áreas e uma das apostas foi precisamente Boullier, que depois da saída da Lotus assumiu de forma natural o desafio Mclaren. Prodromou foi outro dos nomes que se seguiu e foi recebido com grande expectativa, vindo da Red Bull, onde era o braço direito de Newey.

Os primeiros tempos foram optimismo e a estrutura da McLaren começou a carburar de forma muito mais eficiente. Segundo Boullier, em 2015, a equipa beneficiou em muito da nova filosofia introduzida na equipa, que permitiu uma maior flexibilidade, eficiência e rapidez. Em 2015, apenas 10% das melhorias colocadas no carro não foram efectivas enquanto no ano anterior esse número rondou os 50%. Mesmo a nível aerodinâmico a equipa ganhou um novo fôlego com novas ideias mais inovadoras e radicais. A McLaren tinha esgotado o conceito usado até 2014 e estava claramente a perder em relação a outras equipas (um dos exemplos mais visíveis eram a complexidade das asas dianteiras dos adversários que era muito superior o que se via na  McLaren antes da entrada de Prodromou). Mesmo o conceito “tamanho zero”, que passou a ser usado e que tantas dores de cabeça deu aos  engenheiros da Honda, era um dos mais radicais do grid, Mas foi mesmo a Honda que complicou a vida à McLaren, inicialmente.

Ron Dennis entendeu cedo que as unidades motrizes iriam ter uma importância enorme nesta nova era e que a Mercedes iria focar-se muito mais na sua equipa do que na McLaren. A parceria nem sempre correu da melhor forma, com algumas falhas dos motores germânicos a complicarem as contas da McLaren em várias ocasiões. Ainda assim, esta dupla que correu junta por 351 GP, conseguiu 231 pódios, 78 vitórias e 76 poles. Dennis queria um fornecedor único e dedicado exclusivamente à McLaren e convenceu a Honda. Mas a nova união não correu bem e os japoneses nunca conseguiram apresentar um motor performante e fiável, o potencial do chassis. A McLaren dizia que tinha um dos melhores chassis do grid, e comprovava-o com os dados da telemetria para provar que em sectores sinuosos e pouco dependentes do motor, estavam entre os melhores (o que era verdade). A equipa fartou-se de trocas de motores e promessas furadas da Honda e apostou na Renault para pelo menos tentar melhorar a curto prazo e tentar pódios, afinal se a Red Bull conseguia, a McLaren com um dos melhores chassis também deveria conseguir.

Foi essa expectativa elevada que foi colocada desde o início da época (os responsáveis diziam que a McLaren iria chegar às equipas do top3) e que não se concretizou. Desta vez a equipa não podia justificar-se com o motor Renault, afinal a Red Bull já venceu este ano com ele.  No primeiro ano em que não haveria desculpas para o chassis ( primeiro  teste a sério desde 2015) o monolugar revelou-se muito abaixo do que se esperava. A equipa complicou a instalação da nova unidade motoriz e descurou a performance (Boullier disse que a equipa não arriscou o suficiente este ano no conceito do carro). O resultado é um carro que só depois das melhorias de Barcelona se mostrou tão competitivo quanto a Haas e Renault e que vive às custas do talento de Alonso.

É preciso que a McLaren recupere o tempo perdido e Boullier terá de colocar a equipa no rumo certo. O francês diz que se sente capaz de o fazer mas mais uma vez a pressão e a necessidade de resultados poderá dificultar a tarefa a uma equipa que precisa de bons resultados urgentemente ou Boullier poderá ser o próximo na lista de dispensas

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