F1: Antevisão do GP da Austrália

Por a 20 Março 2018 18:30

Chegou o momento mais esperado deste mês. A F1 regressa às pistas, agora a sério. Acabaram-se os testes e o jogo escondido… Agora é a doer.

 

Melbourne vai ser o centro das atenções no próximo fim de semana, o que vai exigir dos fãs europeus uma dose reforçada de café, dado que a corrida está agendada para as 6 da manhã, hora portuguesa, a mesma hora a que decorrerá a qualificação no sábado.

São muitas as novidades  para esta primeira corrida, uma das quais, o novo grafismo que a F1 vai apresentar aos fãs nesta época. A amostra já está disponível, mas é mais um motivo de interesse perceber se este novo formato funciona bem. As restantes novidades já não o serão para os fãs mais atentos… Falamos da presença do Halo que aos poucos vai deixando de ser tema central, a estreia de dois pilotos novos (Charles Leclerc e Sergey Sirotkin), o regresso de marcas históricas (Alfa Romeo, pela mão da Sauber e Aston Martin com a Red Bull), e a troca de motores entre a McLaren (agora com Renault) e a Toro Rosso ( equipada com motores Honda).

 

 

O que esperar da corrida?

Melbrourne é um traçado com especificidades muito próprias, mas permitirá entender o que realmente valem as equipas. Historicamente, é um traçado que tem favorecido a Ferrari, com 7 vitórias, contra 6 da McLaren e a Mercedes com 3. O piloto com mais sucesso em Melbourne foi Michael Schumacher, 4 vitórias, seguido de Jenson Button (3). Kimi Raikkonen, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton são os senhores que quererão igualar Button já este ano.

 

A Mercedes surge nesta primeira corrida como a mais forte do trio da frente, pelo menos em teoria. Nunca é demais realçar que os resultados dos teste podem ser muito enganadores e que apenas quando os carros fizerem a qualificação teremos uma amostra real de todas as equipas do grid. Mas os indicadores são claramente positivos para a Mercedes, que teve novamente uma fiabilidade a toda a prova e não revelou ainda a verdadeira velocidade do W08. Do lado dos pilotos, Hamilton é o homem em destaque na equipa e está motivado para revalidar o seu título de campeão. Do lado de Bottas a pressão irá aumentar pois a Mercedes vai estar muito atenta às suas prestações e não faltam candidatos para o seu lugar, com Ricciardo no topo da lista de interessados. Este é o ano do tudo ou nada para o finlandês.

A Ferrari está numa situação muito semelhante à do ano passado. O carro mostrou potencial e está perto do rendimento da máquina germânica. Quão perto? Só no próximo fim de semana saberemos. Mas há ainda algumas dúvidas em relação ao real valor do SF71H. Que a Ferrari está no top 3 disso ninguém duvida. É preciso relembrar que no ano passado a Ferrari enfrentou duvidas similares e venceu a primeira corrida do ano, com categoria. Vettel é também o Sr. de quem se fala na Scuderia e a luta pelo penta que irá travar com Hamilton será um dos grandes atractivos da época. Raikkonen tem adiado de ano para ano a sua saída. Já não é o mesmo Iceman de outros tempos mas tem ainda qualidade suficiente para ser útil à Ferrari. Candidato ao título? Não é provável mas todos torcem para que tal aconteça.

A Red Bull chega a Melbourne como há muito não se via. Os testes decorreram de forma pacífica, o carro mostrou muito potencial e o motor Renault está numa fase em que a fiabilidade e a potência não equivalem as rivais mas permite lutar por vitórias. O RB14 parece ser a máquina ideal para enfrentar e tentar destronar o domínio vigente. Não será uma tarefa fácil mas é possível. O duelo interno Verstappen vs Ricciardo será um dos mais interessantes de seguir. Verstappen já renovou contrato, enquanto Ricciardo ainda avalia as suas hipóteses dentro e fora da Red Bull. Não seria de admirar um tratamento algo tendencioso até porque com Verstappen o futuro já está garantido e com Ricciardo ainda não é certo. Ao nível de forma, o australiano precisa de melhorar nas qualificações  para enfrentar Max de igual para igual. O holandês é um talento nato mas a experiência de Ricciardo em corrida é ainda um trunfo. A seguir com muita atenção.

 

A luta pelas restantes vagas do top 5 poderá ser ainda mais animada que o costume. Em teoria, a Renault parte com vantagem, pelo que apresentou em Barcelona. Um carro fiável, competitivo e que não mostrou ainda tudo que tem para dar. A outra vaga nesta corrida está em aberto e poderá ser ocupada ou pela Haas ou pela McLaren. A equipa americana parece partir com vantagem, pela fiabilidade e ritmo que evidenciou. Em teoria o melhor tempo da Haas ficou apenas a 0.2 segundos do da Ferrari (fazendo o acerto entre as diferenças dos pneus usados) e a opinião unânime é que a Haas conseguiu ser das equipas que mais melhorou. A McLaren é ainda um ponto de interrogação mas se o novo pacote, que promete ser extensivo, resolver os problemas de fiabilidade, a equipa deverá ter capacidade para se intrometer nesta luta.  A dupla Alonso/ Vandoorne parece ser mais forte que a Grosjean/ Magnussen mas nesta batalha deverá contar mais o estado de desenvolvimento das máquinas do que apenas a valia pura dos artistas.

Outra das equipas que poderá surpreender em Melbourne é a Force India. A equipa não apresentou ainda o resultado final do trabalho desenvolvido no inverno e por restrições financeiras apenas partes do carro eram totalmente novas. Na Austrália espera-se que a equipa se apresente mais competitiva mas não é certo, que tal venha a acontecer. Um pouco à imagem da McLaren é possivel que haja boas notícias mas as más também não estão descartadas. Teremos de esperar para ver.

A Toro Rosso apresenta-se com a nova parceria Honda, que até agora parece correr bem mas em ambiente de competição puro e duro poderá não ser tão convincente, uma vez que a potência do motor Honda deve ser igual à do final do ano passado. A equipa poderá ter uma palavra a dizer na luta com a McLaren e a Force India, mas em teoria deverá ficar ligeiramente atrás destas duas.

A fechar a tabela o expectável é que a Williams e a Sauber estejam nos lugares do fundo da tabela, ainda com muito trabalho para ambas as equipas. É também neste par que encontramos os dois rookies de 2018. Leclerc é uma estrela em ascensão, tido por muitos como a futura estrela da Ferrari e depois dos desempenhos nas categorias de entrada, esse título é justificado. É preciso agora prova-lo com os “grandes”. Já Sirotkin está numa posição mais delicada. O russo tem enfrentar as dúvidas do público em geral que olha para ele como mais um piloto pagante. A sombra de Kubica irá pairar sempre sobre o jovem piloto que terá de provar em pista se o seu lugar é merecido.

 

São muitos os motivos de interesse nesta primeira prova do ano e todos eles justificam umas olheiras mais pronunciadas no domingo.

 

Horários:

Sexta-feira (23)

Treino Livre 1 –  01:00 – 02:30

Treino Livre 2 – 05:00 – 06:30

 

Sábado (24)

Treino Livre 3 – 03:00 – 04:00

Qualificação – 06:00

 

Domingo (25)

Corrida – 06:10

 

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rodríguezbrm
rodríguezbrm
6 anos atrás

Do pouco que se ouviu dos responsáveis da Ferrari, há claramente o objectivo de melhorarem nas qualificações, o que em parte explica a quase revolução na conceção deste SF71H. Na F.1 praticamente decide-se tudo até á 1ª curva e seguir espera-se ganhar ou perder uns centésimos nas idas às boxes, fenómenos como aquele duelo Villeneuve-Arnoux é algo de estranho ao mundo da F.1.
No ano passado o LH fez 11 poles e o Bottas 4 ( partamos do princípio que a superioridade esteve nos pilotos), este ano terá que ser diferente se querem passar para a frente

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