HISTÓRIA RESUMIDA DO CPR/NACIONAL DE RALIS


Com 2023 prestes a terminar, este é um bom momento para contar o percurso de uma das competições mais acarinhadas pelos portugueses. De forma telegráfica, mas recordando os momentos mais importantes.

Está aí o Campeonato Nacional de Ralis de 2023 prestes a arrancar por isso nada melhor que recordar sucintamente alguns dos carros, pilotos e momentos mais importantes da história da competição. No passado houve competições que, apesar de terem tido plantéis bastante menos numerosos, acabaram por resultar em campeonatos muito interessantes, fruto da qualidade dos intervenientes.

O Nacional de Ralis tem campeões no seu palmarés desde que Fernando Stock ganhou os títulos de Ralis e de Velocidade em 1956. Mas foi apenas nos anos 70 que os ralis deram um enorme salto de popularidade em Portugal. A década de 70 do século passado fica claramente marcada como um dos períodos áureos do automobilismo nacional. Nessa altura nasceram projetos muito profissionais – a Diabolique é provavelmente o expoente máximo – donde saíram pilotos de grande talento e eventos que fizeram história nos ralis em Portugal.

Na década de 70 os ralis nacionais foram marcados por nomes como Américo Nunes (com a famosa ‘bomba verde’, o Porsche 911), Giovanni Salvi, Carpinteiro Albino e Francisco Romãozinho. E mais tarde com uma nova gesta de pilotos, como Carlos Torres, ‘Mêqêpê’ ou José Pedro Borges e Santinho Mendes. Eram tempos muito diferentes dos que se vivem hoje mas, basicamente, os nomes referidos serão talvez os ‘pais fundadores’ e, em boa parte, fortemente ‘culpados’ pelo entusiasmo pela modalidade que se vive em Portugal. Claro que nesta altura tudo isto era muito potenciado com a fama que o Rali de Portugal foi granjeando aquém e além fronteiras, ‘alicerces’ que foram bastante solidificados e ainda hoje estão mais vigorosos que nunca.

Na década de 80 despontaram novos valores, com destaque para Joaquim Moutinho, Joaquim Santos e Carlos Bica, e é precisamente a partir daqui que vamos fazer uma análise um pouco mais pormenorizada do que eram os ralis dessa altura em termos de carros, pilotos e competitividade.

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1980: SANTINHO MENDES CAMPEÃO

No início da década de 80, o parque automóvel nacional era dominado pelos Ford Escort de Mário Silva, Carlos Torres, Rafael Cid, Joaquim Moutinho e Giovanni Salvi, ou os Opel Kadett de ‘Mêqêpê’ e José Pedro Borges, ou o Porsche de Américo Nunes, entre outros, mas o Campeão foi Santinho Mendes, num Datsun 160J, que realizou uma excelente segunda metade de campeonato.

1981: NOVAMENTE SANTINHO MENDES

Santinho Mendes impôs pelo segundo ano consecutivo o seu Datsun Violet 160J, mas desta feita teve uma época bastante mais dominadora, vencendo sete das doze provas do CNR. Sempre rápido no asfalto, Mário Silva (Ford Escort RS 1800) venceu as duas primeiras provas. Joaquim Santos, José Pedro Borges e Rafael Cid venceram as restantes.

1982: COMEÇO DA ‘ERA’ QUIM SANTOS

Joaquim Santos marcou uma era dos ralis em Portugal e o seu domínio começou em 1982, quando assegurou o seu primeiro título no CNR, vencendo nove das doze provas da competição.

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1983: DOMÍNIO ‘DIABÓLICO’

Não mudou muito o panorama nacional, com novo título de Joaquim Santos e da Diabolique, com seis vitórias. António Rodrigues, em Opel Ascona, venceu a abrir e a fechar o campeonato, mas em segundo ficou Jorge Ortigão (Toyota Starlet), que foi sempre muito regular.

1984: O ANO DA POLÉMICA

Surge no CNR um ‘enorme’ adversário para a Diabolique, a equipa oficial da Renault, que, com Joaquim Moutinho, venceu seis provas da competição, enquanto Santos tinha vencido três. Mas tudo estava por se decidir no Algarve, quando na 1ª etapa uma pedra e um tronco levam Moutinho a rebentar dois pneus no momento em que comandava o rali. Não satisfeitos, em Monchique, na última etapa, uma barra de ferro com pregos de 7 cm foi atravessada na estrada, furando os quatro pneus do R5. Há dois anos perguntámos a Moutinho o que sentia quando se recordava do episódio: “Nojo! Repulsa pelo que certo tipo de gente é capaz de fazer, ou de mandar fazer, para atingir os seus objectivos! Estupefação pela ingenuidade de alguns amigos meus em acreditarem que ainda existe a Branca de Neve… Revolta comigo mesmo por ter sido tão imbecil ao ponto de ter feito tudo para sair da frente dos concorrentes em prova. Assim como fui tão bem intencionado em deixar passar toda a gente. O rali continuou como se nada se tivesse passado. Apenas assisti, estupefacto, aos festejos da coisa adquirida com a desgraça alheia, sem mérito. Triste…” Palavras que dizem tudo!

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1985: ‘VINGANÇA’ DE MOUTINHO

Joaquim Moutinho (Renault 5 Turbo), Joaquim Santos (Ford Escort RS), Carlos Bica (Ford Escort RS) e António Coutinho/Jorge Ortigão (Toyota Corolla GT), são nomes muito fortes que deram corpo ao CNR 1985, que mais uma vez se resolveu apenas no Algarve, no ‘tal’ rali da estreia do Lancia Delta S4. Desta feita não houve ‘sabotagem’, tudo correu na normalidade, e o campeão foi mesmo Joaquim Moutinho.

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1986: O ANO DOS GRUPO B

O ‘super-ano’ do Mundial de Ralis, e também um grande ano no CNR, com vários Grupo B, alguns de topo, como o Ford RS200 de Joaquim Santos, Renault 5 Turbo de Joaquim Moutinho e Lancia 037 Rally de Carlos Bica. O piloto da Renault aproveitou bem os problemas iniciais do Ford RS200 de Santos, que só começou a pontuar na Figueira da Foz e assegurou o título, apesar dos quatro triunfos do RS200.

1987: NOVAMENTE RENAULT

Com a interdição dos Grupos B, o CNR foi pelo mesmo caminho do Mundial e os Grupo A passaram a ser o topo. A Renault surgiu com dois 11 turbo para Inverno Amaral e Manuel de Mello Breyner, António Coutinho tinha o ‘velhinho’ Toyota Corolla GT, Joaquim Santos teve que esperar algum tempo pelo Ford Sierra Cosworth e Carlos Bica recebeu o seu Lancia Delta HF 4WD no Rali de Portugal, mas teve uma época cheia de problemas. O Campeão foi Inverno Amaral, no Renault 11 Turbo.

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1988: PRIMEIRO TÍTULO DE CARLOS BICA

Quando Carlos Bica (Lancia Delta HF 4WD) se adaptou ao seu carro tornou-se um sério candidato ao título que acabou por assegurar frente a Joaquim Santos (Ford Sierra RS Cosworth) e Inverno Amaral (Renault 11 Turbo). António Coutinho (Toyota Corolla GT), Bento Amaral (Renault 11 Turbo) e José Miguel (Ford Sierra Cosworth) também venceram provas.

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1989: DURIFORTE… MAIS FORTE

As coisas não foram muito diferentes do campeonato anterior, nem sequer o campeão, com Carlos Bica a bater novamente Joaquim Santos, desta feita os únicos dois pretendentes ao título. O piloto do Lancia acabou por vencer mais uma prova do que o seu forte adversário, dando continuidade ao sucesso obtido em 1990.

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1990: CARLOS BICA EM ‘PHOTO-FINISH’

No início da década de 90, Carlos Bica estreita ainda mais a ligação à Lancia. Joaquim Santos (Ford Sierra RS Cosworth), António Coutinho (Toyota Celica GT-4) e José Miguel (Ford Sierra RS Cosworth) deram luta, com o piloto da Toyota a vencer as mesmas quatro provas que Bica, e Santos a triunfar em três. O campeonato resolveu-se por muito pouco a favor do piloto da Duriforte, num ano muito bom ao nível da competitividade.

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1991: TETRA DE CARLOS BICA

Em 1991, o panorama foi diferente, pois a mítica Diabolique decidiu encerrar o seu programa desportivo, colocando um ponto final numa era. Joaquim Santos foi para a Toyota, José Miguel continuou com o seu Ford privado e Carlos Bica venceu seis das onze provas do CNR, dominando por completo e terminando com um avanço grande para Fernando Peres. Para que se perceba a menor competitividade deste campeonato, Carlos Carvalho, no seu Mitsubishi Galant VR-4, foi quarto classificado.

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1992: ÚLTIMO TÍTULO DE SANTOS

Sem hipóteses de fazer carreira internacional, Carlos Bica deu a sua por finalizada no final de 1991. Quem aproveitou foi Joaquim Santos, já que depois do ano de adaptação ao Toyota e com os iniciais problemas de fiabilidade resolvidos, despediu-se dos ralis a tempo inteiro com o seu quarto título nacional e o primeiro com o Celica. José Miguel ainda venceu duas provas, mas nada pode fazer face ao piloto da Toyota. Despontaram ainda duas boas surpresas: Jorge Bica dava corpo à transição na Duriforte, e a Renault surgia com um competitivo Renault Clio 16V, colocando-se logo atrás dos 4X4.

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1993: O ‘OUTRO’ BICA

Depois da Diabolique, em 1991, novo ‘rombo’ nas equipas, desta feita com a decisão da Toyota de encerrar o seu programa nos ralis. Quem se mantinha a ‘suportar’ quase todas as despesas continuava a ser a Peres Competições, a Rodamsport e a Renault Galp, mas quem aproveitou a transição do Sierra 4X4 da ‘Peres’ para o mais recente Escort Cosworth foi Jorge Bica, que capitalizou bem o período inicial de adaptação de Fernando Peres ao novo carro. Os triunfos nas primeiras provas aliados aos resultados menos bons do rival permitiu-lhe o fôlego para suster a segunda metade da época do piloto da Ford. Peres venceu as mesmas quatro provas de Bica, mas a regularidade do piloto do Lancia Delta HF Integrale valeu-lhe o único título nacional da sua carreira.

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1994: O ANO DE FERNANDO PERES

Há muito que o Nacional de Ralis não tinha um ano tão dominador como 1994, com Fernando Peres (Ford Escort RS Cosworth) a vencer oito das nove provas da competição, enquanto Jorge Bica apenas venceu o ‘Cidade de Coimbra’. No entanto, o piloto do ‘Deltona’ optou por uma carreira semi-internacional, deixando o CNR um pouco de lado. Quem apareceu em grande foi Rui Madeira, que começava verdadeiramente a mostrar o que iria fazer nos anos seguintes, mas fora de portas. Com o seu Mitsubishi Lancer de Grupo N foi rápido e regular ao ponto de terminar o campeonato em segundo. José Carlos Macedo levou o Renault de duas rodas motrizes ao terceiro lugar da competição, e por aqui se vê que 1994 foi um ano pobre no CNR.

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1995: MEIRELES DÁ OPOSIÇÃO ‘SURPRESA’

Fernando Peres (Ford Escort RS Cosworth) assegurou o seu segundo título nacional, mas teve uma oposição inesperada. Tendo em conta que Jorge Bica teve um ‘ano horrível’, abandonando em cinco provas, foi Paulo Meireles, num Volkswagen Golf G60 Rallye de quatro rodas motrizes, com duas vitórias, a levar a discussão do título até ao Algarve. Após o Rali do Porto, Macedo trocou o Clio Williams pelo Maxi e venceu na Madeira, entre os portugueses, sendo terceiro no campeonato.

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1996: TRI DE PERES

O ano de 1996 marcou a estreia da equipa oficial da Peugeot Portugal, enquanto a Renault se manteve com dois ‘velhinhos’ Clio Maxi e Fernando Peres mantinha a aposta no Escort Cosworth. O piloto assegurou o seu terceiro título com algum à vontade, mas a Peugeot depressa mostrou ao que vinha, com Adruzilo Lopes a vencer por duas vezes.

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1997: ADRUZILO LOPES CAMPEÃO

O plantel dos pilotos que lutavam pelos lugares da frente cingiu-se novamente a dois Renault Megane, o Escort Cosworth de Fernando Peres e o Peugeot 306 Maxi de Adruzilo Lopes. No campeonato, Peres teve muitos azares e abandonou quatro vezes em 10 provas, sendo que a transição do Escort Cosworth para o Escort WRC não foi fácil. Adruzilo Lopes capitalizou ao vencer oito ralis, sendo um justo campeão. A Renault trocou o Clio pelo Megane Maxi, mas ao contrário da Peugeot, os seus pilotos não lograram vencer qualquer rali na geral.

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1998: ‘BI’ DE ADRUZILO

O ano fica marcado pelo surgimento do primeiro Toyota Corolla WRC, que se juntou ao Ford Escort WRC de Peres, viaturas que marcariam uma nova era na competição portuguesa. Até aí, pontificavam os Maxi da Peugeot e Renault, mas a partir desse momento as coisas mudaram. De qualquer forma, a qualidade de um piloto como Adruzilo Lopes e do Peugeot 306 Maxi, que chegou também a vencer provas na geral no WRC, foram um binómio inalcançável, com o homem de Regilde a vencer cinco provas e o campeonato com grande à vontade.

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1999: O PRIMEIRO TÍTULO DE UM WRC

Para Pedro Matos Chaves, o ano anterior foi de adaptação ao Toyota Corolla WRC. Apesar de ter perdido para Adruzilo Lopes no asfalto do Casino da Póvoa, Chaves venceu na terra de Fafe e Oliveira do Hospital, e foi o melhor português no SATA Rallye Açores, abrindo o caminho para o seu primeiro título de Campeão Nacional de Ralis.

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2000: SEGUNDO TÍTULO DE MATOS CHAVES

Adruzilo Lopes (Peugeot 206 WRC), Rui Madeira (SEAT Cordoba WRC), Pedro Matos Chaves (Toyota Corolla WRC) e Fernando Peres (Ford Escort WRC) deram corpo a um plantel de luxo, um dos campeonatos mais interessantes de que há memória. Chaves venceu cinco ralis, Lopes, quatro, e tudo se decidiu apenas na última prova, com vantagem para o homem da Toyota.

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2001: NOVO TÍTULO DE ADRUZILO LOPES

A Peugeot teve dois WRC para Adruzilo Lopes e Miguel Campos, a Ford um Focus WRC para Rui Madeira, a Toyota novo Corolla para Chaves, Fernando Peres continuou com o Escort WRC e a Fiat e Citroën surgiram com os seus duas rodas motrizes, de que se falaria muito nos anos seguintes. Adruzilo Lopes voltou a ser campeão, mas foi dos anos mais ‘abertos’, uma vez que a competição foi novamente decidida na última prova.

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2002: A DESPEDIDA DOS WRC

O ano de 2002 marcou a despedida dos WRC do CNR, com a Peugeot e Miguel Campos a dominarem a época a seu bel-prazer. Época muito fraca de Rui Madeira com o Ford Focus WRC, com vários abandonos a impedirem mais luta no campeonato. A Citroën surgiu com Armindo Araújo e o novo Saxo Kit Car, e obteve vários pódios à geral, deixando no ar o que estava para vir nos anos seguintes…

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2003: A ‘ERA’ ARMINDO ARAÚJO

Os ralis levam uma grande volta em Portugal com a saída dos WRC, passando a ser os S1600 e Grupo N a pontificar. Fernando Peres faz poucas provas com o Ford Escort RS Cosworth, que recupera, e ainda assim é segundo no campeonato. Vítor Lopes, num Fiat Punto Kit Car, pouco pôde fazer face a Armindo Araújo, que simplesmente deslumbrou. A Skoda surgiu com dois Fabia TDI no CNR, sem resultados de vulto.

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2004: ALTA QUALIDADE

No ano de 2004 começou a existir uma boa revitalização do CNR, com as equipas oficiais da Citroën (Saxo Kit Car), Renault (Cio S1600), Peugeot (206 S1600) e Skoda (Fabia RS TDI), sendo que até a Volkswagen apoiou os irmãos Meireles com os Polo S1600. Há ainda que recordar o excelente leque de Mitsubishi Lancer, bem pilotados. Este foi um dos mais bem disputados campeonatos dos últimos anos, mas Armindo Araújo, apesar de ter vencido menos provas que Miguel campos, foi Campeão.

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2005: TRI DE ARMINDO ARAÚJO

Armindo Araújo foi para a Mitsubishi Portugal, impondo-se num campeonato que perdeu equipas oficiais, mas ganhou um bom lote de privados com bons carros. Fernando Peres deu boa luta e não terminou longe de Araújo, Zé Pedro Fontes também esteve bastante bem com o Renault Clio S1600. Miguel Campos, de Subaru privado, foi outro dos animadores do campeonato, mas dois abandonos condicionaram-no.

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2006: ARAÚJO SEM OPOSIÇÃO

Armindo Araújo dominou por completo o CNR, vencendo sete de oito provas, com Miguel Campos, segundo no campeonato, a ser o único piloto a dar alguma luta. Bruno Magalhães deu nas vistas com o Peugeot 206 S1600, sendo terceiro na competição com um carro de duas rodas motrizes. Regular como sempre, Peres foi quarto.

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2007: TÍTULO DE BRUNO MAGALHÃES

Com o aparecimento dos S2000, o CNR ganha novo alento e as equipas oficiais da Peugeot (Bruno Magalhães) e Fiat (Zé Pedro Fontes) lutam pela primazia, mas o homem do Peugeot 207 S2000 não deu hipóteses ao vencer sete das oito provas da competição. Vítor Pascoal, com um Subaru Impreza WRX STi, foi o melhor dos privados, terminando a competição na frente de Fernando Peres no seu habitual Mitsubishi.

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2008: PEUGEOT NÃO DEU HIPÓTESES

A qualidade do plantel do CNR volta a crescer, mas a competitividade não muda muito, com Bruno Magalhães a lograr vencer novamente sete das oito provas da competição. Desta feita foi Zé Pedro Fontes o único a bater o homem da Peugeot. Vitor Pascoal, Fernando Peres e Adruzilo Lopes também animaram o campeonato.

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2009: TRI DE BRUNO MAGALHÃES

Pelo terceiro ano consecutivo, o CNR foi ganho por Bruno Magalhães, novamente com o Peugeot 207 S2000, numa fase em que a competição estava a perder algum gás. O piloto da Peugeot venceu seis provas, com o privado Vitor Pascoal a realizar uma época estupenda, levando a decisão até à última prova. Adruzilo Lopes (Subaru) liderou uma forte armada de bons Grupo N, que disputaram as posições seguintes.

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2010: TÍTULO DE BERNARDO SOUSA

Bernardo Sousa surgiu com um Ford Fiesta S2000 e dominou o CNR, batendo Vítor Pascoal, que foi novamente 2º com o 207 S2000. Ricardo Moura também deu nas vistas e venceu uma prova, o mesmo sucedendo com Vítor Sá, com os ilhéus a vencerem em ‘casa’, nos Açores e na Madeira. De resto, a competição voltou a ter dois S2000 e vários bem pilotados Grupo N.

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2011: PRIMEIRO DE RICARDO MOURA

O CNR voltou a entrar numa fase menos boa, com o título a ser assegurado facilmente por Ricardo Moura, que num Mitsubishi Lancer venceu quatro provas. Nesta altura o CNR só tinha Grupo N, com Vítor Lopes a ser segundo no campeonato com um Subaru, depois de ter triunfado em Fafe e Mortágua, terminado na frente de Pedro Meireles noutro Mitsubishi, que também venceu duas provas, o Rali de Portugal e o Casinos do Algarve. O piloto açoriano terminou a competição com grande avanço face a Vítor Lopes, num ano em que não teve adversários ao seu nível, sendo precisamente o ‘seu’ Rali dos Açores que o embalou para o merecido título.

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2012: ANO MUITO FRACO

A crise em Portugal estava no auge e se 2011 tinha sido mau, 2012 foi ainda muito pior, com Ricardo Moura a ser novamente campeão, vencendo cinco provas e terminando com grande avanço para Miguel J. Barbosa. Ivo Nogueira foi terceiro com um Citroën DS3 RT, o que diz bem da competitividade do Nacional de Ralis nesse ano, com o jovem do DS3 a vencer a última prova do ano, o Rali do Algarve. Provavelmente, o pior ano de CNR de sempre.

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2013: TRI DE RICARDO MOURA

Foi em 2013 que as coisas no CNR começaram a mudar novamente para melhor com vários S2000 a surgirem na competição. Ricardo Moura (Skoda Fabia S2000) foi Campeão, mas quatro pilotos diferentes venceram provas. Pedro Meireles, como sempre muito regular, foi segundo, na frente de Bernardo Sousa (Ford Fiesta S2000) e Adruzilo Lopes (Subaru Impreza STi).

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2014: PEDRO MEIRELES CAMPEÃO

O Porsche 997 GT3 de Zé Pedro Fontes valorizou imenso o CNR, mas os problemas nas duas primeiras provas impediram-no de dar mais luta a Pedro Meireles, que com o seu Skoda Fabia S2000 foi um justo campeão. Ricardo Moura correu com um Ford Fiesta R5, mas um acidente na Madeira tirou-lhe hipóteses de lutar pelo título. João Barros fez uma boa época com o Fiesta R5, num ano em que surgiram vários carros deste agrupamento no CNR.

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2015: FONTES NO ÚLTIMO METRO

A temporada de 2015 ficou marcada pelo surgimento de vários projetos com carros de topo no CNR, num ano em que Zé Pedro Fontes, com a equipa oficial da Citroën/DS, a ser Campeão na última prova, batendo Ricardo Moura (Ford Fiesta R5), mesmo em cima da meta, entre azares de uns e sortes de outros. João Barros, noutro Fiesta R5, também andou muito bem, num plantel em franco crescimento de bons projetos, num dos melhores anos de sempre de CNR ao nível do parque automóvel. O ano terminou com sete R5 em prova…

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 2016: TRIUNFO FÁCIL DE JOSÉ PEDRO FONTES

O Nacional de Ralis teve em 2016 um plantel como nunca se tinha visto, mas contingências várias levaram a que a competitividade não fosse a inicialmente esperada. Mas disso não teve culpa o Campeão, José Pedro Fontes, que venceu cinco das oito provas da competição. Os mais fortes adversários, João Barros, Ricardo Moura e Miguel Campos, não realizaram todo o campeonato e por isso Fontes só teve em Pedro Meireles um meritório adversário, protelando ao máximo a decisão do título. Fontes venceu em Fafe, Barros em Castelo Branco, Moura nos Açores, mas a partir daí só Meireles deu luta, ficando na frente de Fontes nos Açores e Mortágua. Miguel Barbosa foi uma excelente surpresa, o mesmo sucedendo com Carlos Vieira.

2017: A ESTREIA DE CARLOS VIEIRA

Os desportos são um meio em que se conseguem feitos que ficam marcados na memória das pessoas por muito tempo e este triunfo de Carlos Vieira e Jorge Carvalho no Rali do Algarve do ano passador será lembrado por muito tempo, não só porque poucos apostavam nesta possibilidade no início do ano, mas com muita confiança nas suas capacidades e também e especialmente muita determinação, a dupla da Sports&You alcançou um título memorável que só ficou resolvido nos ‘metros’ finais.

Foi o campeonato que terminou com menor diferença pontual da história do CNR, 0.3 pontos, algo só possível pelo facto das especiais valerem pontos. Pedro Meireles chegou ao algarve com 8.34 pontos de avanço, cada um dos 13 troços valia 0.38 pontos, a diferença entre 1º e 2º (25/20 pontos) não era suficiente e por isso Carlos Vieira tinha que ir buscar o ‘resto’ com vitórias em troços. E foi o que fez, sagrando-se Campeão.

Foi uma edição do CNR, que teve uma ‘decisão’ de sonho, numa temporada marcada pelo acidente de Zé Pedro Fontes e Inês Ponte no Rali de Portugal, deixando-os fora da luta o resto do ano. A partir daí a competição ficou mais aberta e para além de Vieira e Meireles também João Barros e Miguel Barbosa estiveram na luta. Cinco pilotos venceram ralis, Pedro Meireles, Carlos Vieira, Bruno Magalhães, José Pedro Fontes e Miguel Barbosa. Isto numa temporada em que o crescimento de R5 nas provas foi evidente…

2018: O REGRESSO DE ARMINDO ARAÚJO

Depois de uma época marcada por quatro vencedores distintos em nove provas realizadas, (Armindo Araújo, 4; José Pedro Fontes, 2; Ricardo Moura, 2 e Ricardo Teodósio, 1), a competição decidiu-se na última prova, no Algarve. Armindo Araújo tinha vantagem, mas Ricardo Teodósio, a correr em casa, tinha ainda hipóteses, e José Pedro Fontes, também, mas poucas. Contudo, depois de cinco anos sem competir, Armindo Araújo regressou em grande. Teodósio protelou o suspense da decisão até onde o motor do seu Skoda Fabia R5 lhe permitiu. Armindo Araújo, venceu o rali, e o campeonato.

2019: FESTA ALGARVIA, O 1º DE RICARDO TEODÓSIO

A emoção durou até ao fim mas a festa rija foi algarvia. Bruno Magalhães venceu o Rali do Algarve, embora o segundo lugar de Ricardo Teodósio tenha chegado e sobrado para a dupla alcançar o sonho de uma vida, o título do CPR. A vitória não foi fácil e por isso ainda mais saborosa. Pelo terceiro ano consecutivo a competição decidiu-se apenas no Algarve, e tal como sucedeu nos dois últimos anos, não faltou emoção, incerteza e muita gente de calculadora na mão.

2020: CURTO MAS COMPETITIVO

Armindo Araújo foi Campeão, numa temporada muito afetada pela pandemia de coronavírus. Apenas seis provas, com o Rali do Algarve a ser cancelado quando tudo se preparava para a decisão do título entre Armindo Araújo e Bruno Magalhães. Depois de muitos meses de incerteza, adiamentos e cancelamentos, a segunda vaga da pandemia no outono chegou em força impedindo que o campeonato fosse até ao fim. Realizaram-se seis provas, ou 5.25 para sermos mais exatos, devido à paragem do Rali Vidreiro na sequência da morte da jovem Laura Salvo.

Mas o que houve foi competitivo. Estiveram em ‘campo’ seis campeões nacionais de ralis, e em termos desportivos, Armindo Araújo (Skoda) venceu três provas, Bruno Magalhães (Hyundai), duas, Pedro Meireles (Volkswagen), uma. A luta durou até ao fim, tudo se resolveria no Algarve, mas afinal foi o Rali Terras da Aboboreira a decidir um campeonato que até aí teve um início de ascendente de Armindo Araújo, com dois triunfos, uma forte reação de Bruno Magalhães que com dois triunfos virou as contas a seu favor. Faltavam duas provas, mas a Aboboreira decidiu campeonato. Mas só se soube um mês depois…

2021: SEGUNDO TÍTULO DE RICARDO TEODÓSIO

Dois títulos em quatro anos para Ricardo Teodósio e José Teixeira! A dupla algarvia foi novamente campeã absoluta, em mais um ano super competitivo, com quatro vencedores distintos em oito provas, três deles venceram mais do que um rali, primeiro e segundo separados por um ponto no final do campeonato.

Ricardo Teodósio e José Teixeira repetiram o feito de 2019, embora desta vez a luta tenho sido ainda mais acirrada, e sofrida pois apesar de na última prova, Mortágua, Armindo Araújo e Luís Ramalho terem desistido cedo, as coisas também não foram fáceis para os algarvios, devido a problemas iniciais no carro. No final, contas feitas, ganharam a Power Stage e foram campeões nacionais, provando que todo o trabalho que foi feito com a ARC Sport e a estrutura pessoal foi certo, em dois títulos que saem valorizados pela qualidade da concorrência. Altos e baixos todos tiveram, incluindo os campeões, mas o título é totalmente merecido. Em oito ralis, Teodósio venceu duas vezes, Armindo Araújo, três, mas o abandono de Mortágua foi decisivo. Bruno Magalhães também venceu duas provas e José Pedro Fontes, uma.

2022: TRÊS EM CINCO PARA ARMINDO ARAÚJO

Sétimo título para Armindo Araújo, desde o seu regresso em 2018, em cinco anos, foi campeão três vezes e esteve sempre na luta nos outros dois. Mais um feito de um piloto que continua a ‘escrever’ grandes capítulos na história do automobilismo em Portugal. Em 2022, não deu grandes hipóteses aos adversários corrigindo os poucos erros de 2021.

Triunfou em dois ralis, mas foi na consistência e regularidade que esteve a chave do título, que garantiu antes da última prova.

Fazendo um curto filme do ano, esteve imperial em Fafe, deixando a concorrência a ‘milhas’, nos Açores foi na prática, o melhor do CPR pois Ricardo Moura só fez a ‘sua’ prova, na Aboboreira foi segundo atrás do estreante a vencer, Miguel Correia, e no Rali de Portugal segundo atrás de Teodósio. Venceu em Castelo Branco, e logo aí as portas do título estavam abertas, confirmando o ceptro em Chaves. Fontes foi 2º na frente de Bruno Magalhães, num ano mau para Ricardo Teodósio.

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PALMARÉS

1956   Fernando Stock

1957   Horácio Macedo

1958   José Luís Abreu Valente

1959   José Luís Abreu Valente

1960   José Manuel Pereira

1961   Horácio Macedo

1962   José Baptista dos Santos

1963   Horácio Macedo

1964   Fernando Basílio dos Santos

1965   César Torres

1966   Manuel Gião

1967   Américo Nunes

1968   Américo Nunes

1969   Não houve Campeão Absoluto

1973   Não houve Campeão Absoluto

1974   Não se Realizou

1975   Manuel Inácio

1976   António Diegues

1977   Giovanni Salvi

1978   Carlos Torres

1979   José Pedro Borges

1980   Santinho Mendes

1981   Santinho Mendes

1982   Joaquim Santos

1983   Joaquim Santos

1984   Joaquim Santos

1985   Joaquim Moutinho

1986   Joaquim Moutinho

1987   Inverno Amaral

1988   Carlos Bica

1989   Carlos Bica

1990   Carlos Bica

1991   Carlos Bica

1992   Joaquim Santos

1993   Jorge Bica

1994   Fernando Peres

1995   Fernando Peres

1996   Fernando Peres

1997   Adruzilo Lopes

1998   Adruzilo Lopes

1999   Pedro Matos Chaves

2000   Pedro Matos Chaves

2001   Adruzilo Lopes

2002   Miguel Campos

2003   Armindo Araújo

2004   Armindo Araújo

2005   Armindo Araújo

2006   Armindo Araújo

2007   Bruno Magalhães

2008   Bruno Magalhães

2009   Bruno Magalhães

2010   Bernardo Sousa

2011   Ricardo Moura

2012   Ricardo Moura

2013   Ricardo Moura

2014   Pedro Meireles

2015   José Pedro Fontes

2016   José Pedro Fontes

2017   Carlos Vieira

2018   Armindo Araújo

2019   Ricardo Teodósio

2020   Armindo Araújo

2021   Ricardo Teodósio

2022   Armindo Araújo

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