Marcas “pedem” menos regras para citadinos
Os grupos Stellantis e Renault continuam a “pedir” regulamentos mais leves para os citadinos, procurando dessa forma reduzir os seus custos de produção e colocá-los ao mesmo nível dos modelos de rivais chinesas. Porém, o aligeiramento dos regulamentos de segurança não será fácil de aceitar pela União Europeia.
Após uma primeira abordagem ao tema há algum tempo, os grupos Stellantis e Renault continuam empenhados em fazer valer o seu ponto de vista de que a indústria automóvel europeia sairia altamente beneficiada com a adoção de regulamentos de segurança mais ligeiros para os veículos considerados citadinos.
A ideia é ter um conjunto de regras relativas aos sistemas de assistência mais permissivos para os modelos considerados familiares, com John Elkann, Presidente do Grupo Stellantis a dar mesmo o exemplo dos modelos citadinos japoneses, os “kei-cars”, cujas dimensões, cilindrada e potência são parametrizados.
Num evento realizado em Turim, Itália, Elkann apelou à criação de uma série de veículos urbanos que poderiam ser chamados de “e-cars”, dando conta de um setor de mercado que tem vindo a ser abandonado pelos fabricantes europeus devido ao encarecimento da produção e à rentabilidade cada vez mais limitada.
Essa situação tem vindo a agravar-se com a necessidade de adotar sistemas de segurança cada vez mais avançados, ao abrigo de leis como as previstas pelos Regulamentos Gerais de Segurança (GSR) da Europa, prestes a entrar na segunda geração (GSR2), obrigando à inclusão de sensores de saída de faixa ou detetores de fadiga do condutor, entre outros itens.
A ideia proferida por Elkann, não sendo nova, foi partilhada anteriormente com Luca de Meo, diretor-executivo do Grupo Renault, que se encontra em vias de deixar o grupo. Porém, a posição do construtor sediado em França (que detém a Dacia) não se deverá alterar, com François Provost, diretor para a área de parcerias e assuntos públicos, a considerar que o segmento dos automóveis “pequenos é uma bolsa de crescimento que não devemos, nem podemos, ignorar neste momento”.
A Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) também apoia esta ideia, instigando à revisão das normas de segurança obrigatórias para que seja criada uma nova categoria, a M0, ou dos “e-car”, como sugeriu Elkann.
Prós e contras
De acordo com a Reuters, que já ouviu fontes próximas desta questão, o grupo de pressão europeu criado para o efeito pede uma regulamentação de segurança mais leve, citando a probabilidade menor de este tipo de veículos ser envolvido em acidentes de autoestrada. No entanto, este racional não será de fácil aceitação pela União Europeia, que está a analisar a questão, mas que também tem em curso um plano muito duro para combater a sinistralidade rodoviária e diminuir ao máximo o número de vítimas nas estradas.
A este respeito, citado por aquela agência, Matthew Avery, diretor de desenvolvimento estratégico da Euro NCAP, que analisa a segurança dos automóveis novos comercializados na Europa, entende que a justificação de que os citadinos não estão envolvidos em acidentes a alta velocidade não faz sentido, já que isso contradiz a realidade.
Além disso, frisa aquele responsável, muitos dos construtores chineses que começam a vender os seus automóveis na Europa, até mesmo de segmentos mais acessíveis, contam com sistemas de segurança muito avançados, pelo que os europeus seriam até prejudicados, uma vez que os padrões dos testes efetuados não seriam alterados pela Euro NCAP, levando assim a uma diferença que poderia ser nefasta para os europeus.
Por Pedro Junceiro
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