A luta de Jules Bianchi terminou nove meses depois do seu terrível acidente no GP do Japão de 2014. O francês tinha ficado em coma, perdendo a vida depois duma longa luta. Ficou uma vida curta e a recordação de um potencial por explorar, de um piloto que tinha as portas abertas na Ferrari e que teria contado muitas histórias na Fórmula 1
O desfecho era inevitável, mas nem por isso deixou de chocar a comunidade da Fórmula 1. Jules Bianchi morreu numa noite de sexta-feira, no Centro Hospitalar Universitário de Nice, onde estava internado desde que tinha sido considerado seguro tirá-lo do Hospital Central de Yokkaichi, no Japão, para onde tinha sido transportado após o seu acidente em Suzuka, durante o Grande Prémio do Japão do ano passado.
Durante nove meses, a família do jovem francês manteve uma ténue esperança numa recuperação improvável, mas à falta de sinais positivos dos primeiros meses juntou-se a debilitação progressiva da sua condição, levando os pais de Jules Bianchi a aceitarem o que se foi tornando cada vez mais inevitável a cada dia que passava.
Como piloto, Jules Bianchi era apontado como uma das principais esperanças do automobilismo, com títulos no karting, Fórmula Renault e Fórmula 3, para além de ter sido terceiro classificado na GP2 Series em dois anos consecutivos. Com a carreira gerida por Nicolas Todt, Bianchi passou a integrar a Ferrari Racing Academy em 2009,
sendo piloto de reserva da Force India em 2012 para se estrear nos Grandes Prémios, com a Marussia, no ano seguinte.
Dois dias antes do seu acidente em Suzuka, em outubro de 2014, ficou decidido que Bianchi seria piloto da Sauber em 2015, tendo Esteban Gutiérrez como companheiro de equipa, numa altura em que Luca di Montezemolo já o considerava o principal candidato ao lugar de Kimi Räikkönen quando o contrato do finlandês com a Ferrari chegasse ao fim.
O caminho para o sucesso estava aberto, mas o destino foi bastante cruel com Jules Bianchi, cortando-lhe o caminho de forma brutal.
“Como pessoa, Jules Bianchi conquistou quem o conheceu de mais perto e foi sempre recordado no paddock da Fórmula 1 como um rapaz simples, muito tímido nos primeiros contactos, mas educado, disponível e até bastante falador a partir do momento em que estava à vontade com os seus interlocutores.”
“Um jovem que saudava sempre, mesmo nos momentos de maior tensão e concentração, que estava sempre disponível para dar dois dedos de conversa e que, na ausência de quem se ocupava dessa função, tirava expressos na máquina de café da Ferrari para os amigos, sem o menor problema, pois ser piloto de Fórmula 1 era a concretização de um sonho de infância, mas não lhe subira à cabeça”.
“Com a mesma simplicidade, era capaz de sair de uma mesa de amigos para conversar um pouco com meros conhecidos, por cortesia, mostrando-se sempre interessado nas últimas novidades do paddock, sem medo de contribuir com o que sabia, quando boa parte dos seus colegas de pista evitam os jornalistas quando estão fora de serviço, como o diabo evita a cruz…” revelou Luís Vasconcelos ao AutoSport, jornalista que privou muitas vezes com o piloto francês.
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