Há 10 anos: A última vez da Ford a nível oficial, hoje, a M-Sport só precisa de condições…


Foi precisamente há 10 anos que depois de 308 ralis, 82 vitórias, três títulos de Construtores (1979, 2006 e 2007), dois títulos de pilotos (1979 Bjorn Waldegaard e 1981 Ari Vatanen) e 315 pódios, a Ford se retirou a nível oficial do WRC, deixando para trás um enorme legado de sucessos.

Desde 1997 que a M-Sport de Malcolm Wilson colocava a correr os Ford oficiais, e depois de várias ‘ameaças’, concretizou-se mesmo a saída definitiva.

Mas como se sabe, os Ford não desapareceram do panorama do WRC, já que a Ford Motorsport Europa revelou logo na altura que seria mantido o apoio técnico e Malcolm Wilson preparou-se bem para colocar de pé uma equipa semi-oficial com o apoio dos petrodólares do Qatar, para além de manter a sua alargada carteira de clientes, já que, nunca como em 2012, os Ford tiveram um andamento tão próximo dos Citroën DS3 WRC.

Em 2013 as coisas pioraram de imediato, o melhor resultado foram dois pódios de Mads Ostberg na Suécia e na Finlândia.

Com Mikko Hirvonen e Elfyn Evans em 2014 as coisas melhoraram um bocadinho, com dois segundos lugares, de Mikko Hirvonen em Portugal e na Grã-Bretanha.

Em 2015, três pilotos regulares, Elfyn Evans, Ott Tanak e Bryan Bouffier, o melhor resultado foi conseguido por Evans na Córsega, mas nessa altura o negócio da M-Sport era bom com o Ford Fiesta R5. 2016 mais do mesmo com Mads Ostberg e Eric Camilli longe de conseguirem fazer milagres. Dois terceiros lugares do norueguês foram o melhor do ano.

Mas as coisas estavam prestes a mudar fruto das condicionantes do mercado, e a estrutura de Malcolm Wilson teve um ano de sonho com os novos WRC 2017 e um ‘Dream Team’ com Sebastien Ogier, Ott Tanak e Elfyn Evans na equipa DMack tyres.

Cinco vitórias, título de pilotos para Ogier, de marcas para a M-Sport, num élan que teve sequência em 2018 com novo título de Ogier com a M-Sport. Nessa altura, perdeu-se o título de Marcas, mas o mais importante estava feito.

O declínio até à situação atual deu-se a partir daí com o melhor piloto da equipa, Elfyn Evans a ser apenas quinto no campeonato de 2019, Esapekka Lappi foi apenas sexto no Mundial de Pilotos de 2020, o melhor da M-Sport e o ano passado, o melhor piloto da M-Sport foi, imagine-se, Gus Greensmith em nono.

Novos regulamentos, novos carros em 2022, um Ford Puma rally1 híbrido bem nascido, e um rol de pilotos que não consegue, neste momento da época a quatro ralis do fim fazer melhor do que um sexto lugar de Craig Breen, atrás de Takamoto Katsuta, quarto piloto da Toyota.

É verdade que a M-Sport é a menos culpada disto, pois ‘joga’ com os trunfos que tem, mas a saída da Ford, há 10 anos, do WRC a nível oficial, foi o ‘rastilho’ para uma realidade que só a presença de dois anos de Sébastien Ogier, foi o balão de oxigénio necessário para a equipa produzir ao mais alto nível. Podemos estar aqui a lamentar muita coisa, mas a M-Sport é a menos culpada disto tudo. Deem-lhes condições, eles devolverão vitórias e títulos como já fizeram em 2017 e 2018…

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