Richard Burns foi Campeão do Mundo de Ralis há 20 anos


Primeiro piloto inglês a conquistar o ‘Mundial’: Festa rija para Burns! Richard Burns foi Campeão do Mundo de Ralis há 20 anos naquele que foi um dos mais emocionantes e equilibrados Mundiais de Ralis de que há memória com o piloto britânico a sagrar-se, em ‘casa’, Campeão do Mundo de 2001.

Mesmo se a vitória foi para Marcus Gronholm e a Peugeot venceu o título de Marcas, a prova ficou marcada pelos precoces abandonos de Colin McRae e Tommi Makinen e pelo violento despiste de Carlos Sainz, afinal, os outros pretendentes ao título…

Aos 30 anos de idade, Richard Burns, já desaparecido, morreu em 2005 com um tumor no cérebro, sucedeu a Marcus Gronholm, com a curiosidade da Peugeot continuar, na próxima temporada, a ostentar o número 1 na porta do 206 WRC!

O piloto inglês foi, sobretudo, o mais “feliz” dos quatro pretendentes ao título, já que foi o único a conseguir chegar ao fim de um rali que venceu nos três anos anteriores, ficando-se por um terceiro lugar mais que suficiente para garantir o primeiro lugar no campeonato.

Burns não teve uma época brilhante, pois só “apareceu” no Rali da Argentina, mantendo com Colin McRae um acesso duelo ao longo de mais dois ralis, tendo conseguido apenas uma vitória (Nova-Zelândia), mas tal acabou por ser o suficiente para inscrever o seu nome na galeria dos “notáveis” do “Mundial” de Ralis.

Ao mesmo tempo, tornou-se o primeiro piloto inglês a fazê-lo e provou um dado evidente: os últimos Campeões do Mundo foram-no quando já tinham ultrapassado a “barreira” dos 30 anos.

Marcus Gronholm fechou da melhor forma uma temporada que, tal como aconteceu com Burns, não correu da melhor forma, com uma vitória – a terceira em 2001 – que o colocou no quarto posto do campeonato, empatado com o seu compatriota Harri Rovanpera.

O finlandês sabia que a pressão não estava nos seus ombros, pelo que entrou no Rali da Grã-Bretanha com a firme intenção de ajudar a Peugeot a confirmar a vitória no “Mundial” de Marcas. 

Festa rija

Habitualmente bastante reservado em público, Richard Burns colocou na altura de parte a sua tradicional “fleuma” e deu largas ao seu contentamento no final do Rali da Grã-Bretanha. É que, ao cabo e ao resto, o piloto da Subaru tinha acabado de se sagrar Campeão do Mundo de Ralis, isto depois de ter sido vice-campeão em 1999 e 2000.

Por isso, as suas primeiras palavras refletiam bem o estado de espírito do inglês: “Sinto-me fantástico! Havia uma pressão enorme antes do rali ir para a estrada, pressão vinda de todas as partes, e chegar ao fim da prova com este resultado é absolutamente incrível. Sinto pena em não garantir o título com uma vitória no ‘meu’ rali mas, após as desistências dos meus adversários, a estratégia teve que ser alterada para não corrermos riscos desnecessários. Mais que chegar à vitória, tinha a possibilidade de ser Campeão do Mundo! A conquista do título representa o trabalho e empenho de toda a equipa, que está de parabéns.”Tal como Burns, David Lapworth, director da Prodrive, era um homem feliz… e aliviado: “três anos antes, assinámos um contrato com Richard Burns para o ajudar a ser Campeão do Mundo e trabalhámos duramente para atingir esse objetivo. A meio dessa temporada, foram muitas as pessoas que nos colocaram de parte na luta pelo título, devido aos problemas e azares que tivemos, mas as coisas inverteram-se e a sorte que nos tinha, até então, faltado, apareceu. Burns provou a todos que era um dos melhores pilotos da actualidade, suportando bem a pressão inerente à prova.” Foi, infelizmente, como se sabe, caso único, pois Richard Burns não voltou a conseguir ser campeão. Correu mais dois anos, em 2002 e 2003 com a Peugeot, mas a doença fez com que deixasse os ralis. Viria a morrer em novembro de 2005.

Um piloto enorme que desapareceu cedo demais.

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