F1, James Hunt: Admirável mundo louco

James Simon Wallis Hunt foi uma das figuras mais carismáticas do seu tempo. Hoje, nestes dias assépticos e andróginos em que vivemos, torna-se muito difícil perceber como um homem como Hunt, com as suas longas melenas loiras desgrenhadas, rodeado por personagens excêntricos, belas mulheres, de cigarro ou copo na mão, esteve na F1 e foi mesmo Campeão do Mundo. De personalidade forte, carismático, nasceu em Belmont, Surrey, filho de um corretor da bolsa e foi educado no insuspeito Colégio de Wellington.

Apesar da situação desafogada da família e da educação quase esmerada, depressa se tornou um rebelde e um símbolo libertário. A sua vida pessoal era refletida na sua carreira como piloto, onde chegou por mero acaso, depois de assistir a uma prova, aos 18 anos: viver depressa, de maneira espetacular.

Os seus inúmeros acidentes deram-lhe a alcunha de ” James Shunt” – entretanto, casou-se e descasou-se, primeiro com Susan Miller, que depois se ligou a Richard Burton e, enfim, com Sarah Lomax, filha de uma treinadora de cavalos e que lhe ofereceu dois periquitos. Este segundo matrimónio entrou em colapso depois de Hunt se ter tornado num fanático criador de pássaros, possuindo milhares deles!

Mas, aparte a sua atribulada vida pessoal, em que entrava mesmo algum consumo de álcool e muitas noitadas, na alegre e descontraída Cote d’Azur dos anos 70, Hunt cumpriu um percurso como piloto que o levou à F1 e ao título de Campeão do Mundo, em 1976. Chegou lá pelas mãos do excêntrico Lord Hesketh, dono de uma imensa fortuna familiar, que simplesmente a desbaratou na criação de uma equipa e na construção de alguns projetos, falhados, de monolugares.

Mesmo assim, Hunt deu nas vistas, pela sua rapidez e capacidade de destruir chassis. Venceu mesmo uma prova, em 1975, na pista de Zandvoort. Mas, quando foi escolhido para substituir Fittipaldi, na McLaren, no ano seguinte, as luzes da ribalta mudaram de cor. No final desse ano, foi Campeão, um ano marcado pelo quase fatal acidente de Niki Lauda, mas também por seis triunfos de Hunt em GP‘s. Depois de 1976, a carreira como piloto entrou em fase descendente e, a 27 de Maio de 1979, terminou em Monte Carlo.

Até ao final da sua vida, causado por um ataque cardíaco, Hunt não deixou o mundo, para ele louco, dos automóveis, sendo notado pelos seus comentários de F1 para a BBC e o Eurosport.

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