Volkswagen Polo WRC 2017 não pode correr… para já

Por a 19 Janeiro 2017 17:29

A possibilidade esteve em cima da mesa e há muito estava reservada para o Mónaco uma conversa entre os responsáveis das atuais quatro equipas do Mundial de Ralis, Citroën, Hyundai, M-Sport e Toyota, que precisavam de unanimidade para alcançar uma espécie de autorização especial que pudesse permitir os VW Polo WRC 2017 de correr ainda durante a época de 2017. Mas não. E era de esperar…

Foi o próprio diretor dos Ralis na FIA que presidiu à reunião em que expôs as suas ideias relativamente à possível presença dos VW polo WRC 2017 nos troços do Mundial ainda este ano. Logicamente, as equipas ouviram-no, mas este é um acordo que é muito complicado de obter, já que estas fazem investimentos elevadíssimos e não há nenhuma que esteja preparada para ser derrotada por carros que não iriam participar em todas as provas.

Como se sabe, um carro só pode ser homologado por uma marca e uma das condições dessa participação no Mundial é ir a todas as 13 provas. As Equipas/Construtores pagam um ‘fee’ à FIA, mais precisamente 319.000 euros, e com isso inscrevem-se no campeonato. E o que se pretende aqui é que uma estrutura externa à VW, possa ‘agarrar’ nos carros e participar em algumas provas. Como se sabe o Qatar/Nasser al Attiyah adiaram para 2018 essa possibilidade, mas pelos vistos há outros interessados em por os Polo a correr. E é aqui que a porca torce o rabo, pois tal como se percebeu o ano passado, houve algum mau estar por ver a Citroën participar em algumas provas e vencê-las, beneficiando no ano passado da regra que permitia aos Citroën passar muito atrás nos ralis de terra e beneficiar com isso. Foi esse o caso do Rali de Portugal, por exemplo. Mas aí tratou-se apenas duma regra bem aproveitada, mas no fim do Rali de Portugal foi notório que havia gente com cargos de responsabilidade nas equipas, descontente. Também por isso, as equipas não têm muita vontade de facilitar e competir contra quem não ‘joga’ com as mesmas regras.

Se os carros forem bons, e tendo sido desenvolvidos pela VW o mais certo é serem mesmo bons, é um grande risco para as restantes equipas serem batidas por um privado. Imagine-se que Andreas Mikkelsen consegue apoios para fazer alguns ralis, por exemplo já o da Suécia, prepara a prova muito bem, e chega lá e vence. Como se sentiriam os responsáveis da Citroën, Hyundai, M-Sport e Toyota? Não é fácil! Claro que do ponto de vista dos adeptos, quantos mais melhor, mais espetáculo, mas este é um claro caso em que o ‘filme global’ é mais importante. Se a FIA abrir uma exceção o que impede no futuro de outros quererem também essa exceção?

De resto, o que se sabe é que o carro está pré-homologado, a inspeção da FIA foi feita e o que é preciso fazer mais é apenas burocracia.

E foi o próprio Diretor de ralis da FIA, Jarmo Mahonen, que tentou ‘seduzir’ as restantes equipas, mas já sabia que era uma missão muito complicada: “A reunião foi positiva, mas as equipas levantaram as suas dúvidas, e têm direito do fazer. Agora vou falar novamente com a Volkswagen” disse.

Yves Matton, da Citroën disse ao AutoSport inglês que “precisamos de mais informação, talvez possa ser bom para o campeonato haver mais carros, mas essa é só um visão de curto prazo. Para isso acontecer (os Polo WRC 2017 correrem) seria preciso que isso acrescentasse valor ao campeonato e não o oposto. O que temos para já é apenas ‘homologar o carro para fazer alguns ralis’. Precisamos de saber quem guia em que ralis e quais serão os constrangimentos comparados com os nossos. Se calhar é melhor revermos por completo as regras do campeonato, mas para isso se fazer é com cabeça tronco e membros e não numa reunião de 30 minutos”, disse Matton, claramente em desacordo com a ideia. E foi corroborado pelos seus congéneres das outras equipas.

Para Michel Nandan, da Hyundai Motorsport, as coisas são bem claras: “Nada tenho conta a Volkswagen, mas como estão feitos os regulamentos não é possível. Para mim é estranho que decidam sair e de repente querem homologar o carro. Se começamos a abrir exceções é muito complicado. Para mim as coisas são claras, querem homologar o carro, entram no campeonato. Percebo a questão, mas muitas marcas já tiveram que parar, eu já passei por isso…”, disse também ao Autosport inglês…

O mais moderado é Tommi Makinen, que é de opinião que quantos mais melhor: “Sinto que somos mais fortes com mais equipas, mas a questão é como isso se pode fazer. Nada temos contra a Volkswagen vir e competir contra nós, mas é uma questão de criar mais valor e interesse para o campeonato” disse o finlandês. Na verdade, este é um desfecho mais do que esperado, pois seria muito difícil de engolir ter um privado a bater quatro equipas oficiais. Portanto, por muitas conversas que possam existir a questão é simples. Ou o campeonato todo e os VW têm as mesmas regras dos outros, ou nada feito. Muito sinceramente, acreditamos que na próxima temporada vai ser possível ter os Polo WRC deste ano a competir, mas para já é pouco menos que impossível…

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1 Comentário
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nakamura
nakamura
7 anos atrás

Primeira especial e ao terceiro carro surge a primeira morte..onde é que já vimos este filme..neste caso o paddon não atropelou ninguém. Esperemos que seja um caso único e que não volte a acontecer, depois queixam-se que a organização faz “bancadas” a 200m da pista.

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